Ontem foi a notícia, hoje vem a propaganda.

 


N ão tem muitos dias que foi revelado que metade dos próprios jornalistas consideram-se agentes de desinformação (link) e, ainda ontem, com a saída da primeira parte do projecto de embrutecimento do madeirense para enaltecer as obras, alguém soube explicar porque é que os pneus não devem estar na natureza (link).

O povo que está radiante com a obra que vemos, porque lhe permite circular e receber visitas em segurança, a curiosidade levou mais gente à freguesia, o comércio e as pessoas em geral estão contentes. Ninguém quer saber do custo da "obra bruta" para enriquecer a prole, nem das alternativa para sair melhor e mais barato. Eles acham que o dinheiro não é deles e nem vão pagar as dívidas, se Jardim o diz... são superficiais. Esta é a fórmula da nossa dívida, obras caras para deixar muito dinheiro para enriquecer alguns e um povo seduzido que as defende neste molde porque lhes "serve". Não param para pensar e quem diz mal do benefício é um má língua, só veem a obra, não o custo e a eficiência, e muito menos porque chegam a não ter dinheiro para meter gasolina no carro ...

O Correio da Madeira tem muitos textos que elucidam o que estou a dizer, melhor do que eu seria capaz de explicar, deixarei no fim mas para mim basta por agora "Amortece mas o peso é o mesmo" (link), mas devem ler a explicação que está no "Na Madeira não sabem fazer obras baratas" (link). O que faz estragos e vítimas são os impactos, por dimensão ou pontaria na hora errada. A solução criada, caríssima, é para encher de cimento bruto pilares e laje que vão receber o impacto amortecido por pneus a pedra que vier, as pequenas aguenta, as grandes furam (amortece mas o peso é o mesmo), como já temos exemplo num túnel na Madeira, mas não serviu de experiência. É evidente que esta verdade só terá razão quando o infortúnio nos tocar, como os prédios da Turquia que desabaram com o sismo ou como tantos que estão a avisar, e que ninguém liga, ao previsível sismo em Lisboa. De novo entre os próprios da classe, de engenheiros e arquitetos, dizem-se irresponsáveis, assinam o que não deviam (link), da mesma forma que jornalistas desinformam. Até aí temos incúria na Madeira, não estamos em zona de movimento de placas tectónicas mas tem havido sismos, que ninguém quer averiguar a origem, o mais provável é que sejam "acertos vulcânicos". Este estudo não interessa à resiliência porque não há um "mamão" do regime na área.

As obras pouco são estudadas na Madeira, quer-se construir e ganhar dinheiro, por isso não vão faltando falhas grosseiras, em túneis, pilares, muros, obras marítimas na orla, equipamentos sem uso por ter despesas fixas incomportáveis ou por não termos todavia uma sociedade carente de cultura ... entre outras. Aqui é tentativa e erro porque o erro dá mais dinheiro ainda e ninguém é responsável. O que não falha são decantadores e retentores de pedra de borla para a construção.

Relativamente a este túnel falso e outros anteriores, as obras desta natureza devem, segundo o relevo, reter a montante ou deixar rolar com declive no túnel falso para recolher depois, todo declive leva a uma depressão, no fim retém, mas havendo espaço pode-se criar uma zona de retenção da mesma maneira que se faz um corta fogo. Estou a dizer que é caricato fazer túnel falso quando a rede viária da zona deve estar embutida no relevo e a sua cobertura manter o relevo para a pedra seguir caminho para a zona ideal de receber o impacto. Esta solução de encher de betão é um erro de despesa, de projeto e de objetivo.

Assina um má língua, invejoso e ressabiado, a obra não é eficaz, depende da pedra, se o problema é o impacto ele manteve-se justo onde passam as pessoas. Até que a verdade surja, estaremos na vanguarda da engenharia que enche algibeiras. O Diário de Notícias deixou de ter jornalistas com capacidade crítica, cumpre com a constatação de agentes de desinformação, simplesmente organizou em dois dias (link) uma promoção às obras que nos endividam, a uma má solução ambiental e ao maior resultado: obras ineficientes e despesistas.

Leituras sugeridas pelo CM: Um elefante num túnel de cristal (link)

Enviado por Denúncia Anónima.
Quarta-feira,8 de Fevereiro de 2023
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