Na Madeira não sabem fazer obras baratas


Bom tarde caros amigos.

Q uero usar poucas palavras, as suficientes para alguns ficarem aborrecidos comigo. A vossa ilha é conhecida como a Pérola do Atlântico e deveriam cuidá-la para manter esse título. Não sou madeirense mas estou casado com uma madeirense. Vivo num país de relevo e tempo agreste, temos os mesmos problemas de segurança da Madeira em algumas partes da rede viária.

A ideia base por aqui é manter a natureza, manter as soluções mais naturais possíveis, e é aqui que diverge a Madeira do país que escolhi para viver. Estou a ver a Madeira orgulhosa dos seus investimentos na rede viária, mas lembrem-se daquelas senhoras que se vão enchendo de plásticas e botox mas que depois parecem uns bichos porque o exagero ou a idade trai. A Madeira começa a me parecer uma senhora dessas. Admito que pessoas pouco informadas me chamem nomes porque estão contentes com a solução que lhes propiciaram circular em segurança. Lá vêm os invejosos e os detratores.

Eu aceito todas as pontes na Madeira, já túneis nem todos da maneira como os fazem, túneis falsos muito menos. Por cá, quando temos problemas como os que têm na ligação entre o Estreito da Calheta e o Jardim do Mar, não construímos enormes soluções de betão. Cada caso é um caso. Eu andava para tirar uma foto daqui mas qual não é o meu espanto que o próprio JM tem uma imagem elucidativa. Aí usam a solução de acesso para construir e ninguém se lembra que pode ser a solução integral? A ideia é simples, recortamos a escarpa fazendo com que o patamar criado fique com declive para a base da escarpa, os inertes caem e rolam para a base. Depende do relevo que temos mas vejo-o possível na foto que retirei no JM. Se não resulta, fazemos túnel completo. Portanto, a solução é recuar a berma, que se torna bem mais larga, mais do que a própria estrada, mantendo a via no mesmo local. Assim conseguimos duas vantagens, a queda de pedras caem na reentrância criada no declive, com fácil acesso de máquinas e deve-se permitir que o manto vegetal recupere no local para amparar os inertes e retornar à aparência natural.

Olhando para a fotografia do JM, percebo que ela é viável nessa situação. Portanto os senhores gastaram uma enormidade de dinheiro para criar uma pala para ser atingida pelas pedras, nunca se sabendo a dimensão, o peso e o resultado final de uma queda. Na solução que expliquei, há locais com duas cotas de reentrâncias se for alto. Esta solução implica desaterro de recorte e a ajuda da natureza, ficando a um terço do custo, sem betão e em estado natural após poucos anos. Penso que não é necessário dizer que as escorrências de chuvas fortes também ficam confinadas, não indo para a estrada nem levando inertes.

Poupar dinheiro rentabiliza-o, pode-se destinar a mais obras necessárias ou outras áreas.

Obrigado pelo vosso tempo. Estarei atento aos comentários no Facebook.

Enviado por Denúncia Anónima.
Quinta-feira, 15 de Dezembro de 2022
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