Se matarem o planeta morremos primeiro

 

O COP26, ou seja, a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, arranca no próximo Domingo em Scottish Event Campus, Glasgow. Se nas outras havia otimismo e não se atingiu metas, a esta chegamos pessimistas e imaginamos o que vem aí com tanta crise em conjunto: a pandémica, a energética e a económica. Todas essas crises parecem inibir uma cabal atenção ao clima nesta conferência, o que significa que somos instintivos e imediatistas.

O problema é que a saúde do planeta surpreendeu-nos, é pior e mais acelerado do que previsto. Olhando para a nossa região, onde as prioridades do nosso governo é com obras, dá que pensar no planeta com outros com mais responsabilidade e da mesma índole. Por cá, com a pobreza crescer, parece que não notam nem lhes afeta. Se não notam com seres humanos ao lado como vão alcançar a urgência do planeta? É que no fundo, não é a Terra que está em perigo mas sim toda a humanidade. Pesquisamos por novos mundo e não investimos neste que é a nossa casa. Com este desafio nas mãos, temos um problema na qualidade dos líderes, a geração de líderes que deve agir está em funções e, olhamos para Albuquerque, Boris Johnson, Bolsonaro, Erdoğan, Orbán, Duterte, Putin, Xi Jinping, Kim Jong-un, Maduro, Morawiecki, Lukashenko, ... ainda Trump e o legado que deixou, etc, e só se pode perguntar como existem tantos! O problema é que eles têm esta qualidade e muitos não vão à conferência, quando necessitamos de acordos mais ambiciosos que permitam revolucionar o nosso modo de estar e levar a vida, o que consumimos e como, ser mais eficientes a trabalhar deixando menos pegada, saber viajar e produzir, escolher, etc.

Quando estamos em plena reconversão industrial através da transição energética, surge a crise dos combustíveis a mostrar como ainda muito dependemos do fóssil. A instabilidade dos mercados de energia geram neste momento faturas elevadas, com impacto social e que determina um salve-se quem puder pela escalada de preços. Nota-se pela reação das pessoas na TV que ainda não estão conscientes e sensibilizadas, vivem só momento, do dinheiro que não chega para o combustível ou das empresas de transporte que estão a ficar sem viabilidade e vão encarecer o custo de vida. A Covid não "abanou" e parece que a crise energética também não. A revolta vai só pelo forte impacto social, repercutido nas faturas do consumo.

Precisamos de consciências abertas e atentas para ultrapassar o momento. Percebe-se que a dificuldade de viver, a subsistência, tolda as mentes e pode gerar um descontentamento cego e direto, capaz de preferir a adesão às teses mais populistas e retrógradas dos políticos no ativo.

A 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas é um grande desafio e o mundo não trava, tic-tac, tic-tac. Acordamos tarde, mas o caminho faz-se de pequenos passos que se agigantam pela frequência.

Façamos a nossa parte na Madeira!

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 29 de Outubro de 2021
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