Vamos ficar pela aritmética nos Censos?


U ma semana depois das estúpidas bocas de Pedro Calado, sobre os desempregados, chegam os resultados preliminares dos Censos 2021 na Madeira, com um saldo negativo de menos 16.000 pessoas do que em 2011. É curioso, grave e sujeito a muitas leituras.Se a Madeira procura sustentabilidade ambiental para enfrentar as alterações climáticas e dá os exemplos da ilha verde no Porto Santo ou pavimenta estradas na Laurissilva, a sustentabilidade na demografia não anda melhor para acudir ao envelhecimento da população e às questões de Segurança Social e aposentação.

A primeira situação que ressalta à vista é que nem o êxodo de Luso Descendentes da Venezuela estancou uma realidade, nasce de menos, morre mais e a emigração paulatinamente sangra a demografia. Se não houvesse Luso Descendentes o resultado seria medonho e contagia, sem dúvida, decisões até de âmbito comercial.

Não nascer e emigrar significa claramente perda de condições para viver e procriar. Ainda esta semana a Educação dava sinais da falta de alunos para a sustentabilidade de algumas escolas, ou seja, para que permaneçam abertas. Os casais pensam duas vezes à conta dos empregos precários ou desemprego. A estabilidade na vida é alcançada cada vez mais tarde ou não é alcançada, e aqui voltamos ao desemprego daqueles que têm 40 e 50 anos, fruto das sucessivas crises. Os governantes deixam-nos dívidas para pagar das suas gestões, fretes a amigos ou insistência no modelo económico de feroz construção  mas, não honram o compromisso de representação e de luta pelo bem comum. Está à vista e é irrefutável.

Se politicamente vai dando para disfarçar a realidade, nos Censos não! Não há oportunidades iguais para todos e não se enveredou por uma política de rendimentos base num emprego estável, a médio ou longo prazo. Sem ele não se constitui família porque nenhum empréstimo é possível, sobretudo de casa, as pessoas vão vivendo e consumindo a sua esperança de vida com planos dia-a-dia, não dá para mais e muitas vezes desde que recebem o vencimento até onde chega no mês que, nunca coincide com o seu  terminus. Viver de biscates e desemprego não dá e só na cabeça de Pedro Calado, com o betão a solidificar os neurónios, é que se pode pensar que as pessoas não gostam de trabalhar para se emancipar, concretizar sonhos e serem alguém. Somos um Povo Superior com uma ambição tão medíocre? É triste ter políticos que não governam para todos e ainda atiram culpas.

Estes Censos 2021 indicam que quanto mais dinheiro a Europa envia para os "de mão estendida", menos equidade e classe média existe na Madeira, os Censos 2021 mostram o resultado da pobreza crescente. Pode-se mentir um dia, pode-se argumentar noutro, pode-se aldrabar contas e estudos, pode-se ganhar eleições, pode-se andar sempre nos superlativos mas a verdade é esta: a Madeira não é feita para ninguém! Novos, estudos, estágios, início de vida, competição e mérito, reconhecimento, jovens, meia idade, idosos, por qualquer prisma. Houve betão a mais e social a menos nos sucessivos ORAM's. Curiosamente, resultado de um partido social e democrata de fachada mas sectário, lobista e elitista por outro. A continuar assim a Madeira será o cemitério dos sonhos no Atlântico.

Temos governantes muito curtos para a verdadeira "empreitada", os Censos 2021 vieram comprovar que não somos uma sociedade de sucesso. Os Censos 2021, são uma derrota dos lóbis que controlam tudo o que mexe na região e seu respectivo Governo Regional sectário.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 1 de Junho de 2021 01:23
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