O duplo erro da Horários do Funchal

 

Em Guimarães (link)

E nquanto maior empresa de transporte público da Região, a Horários do Funchal tinha a oportunidade subsidiada de dar o mote para a transição sustentável, em benefício da mitigação das alterações climáticas, já que o setor de transportes é responsável por, aproximadamente, um quarto da emissão dos gases com efeito estufa no mundo. 95% por cento da energia nos transportes do planeta ainda provém de combustíveis fósseis. Com a aquisição gradual e recente de novas unidades de transporte público com combustíveis fósseis, nem a Ilha Verde tão propagandeada para o Porto Santo é verdade nem a cinzenta betoneira Madeira se torna de cor vegetal. Quando se incentiva que os privados comprem carros elétricos na Madeira, uma empresa com capitais públicos faz o contrário. Se calhar conta que a desertificação da Madeira compensará, evitando o que está mundialmente programado: a atividade total de transporte deverá mais do que dobrar até 2050 em comparação com 2015. Tendo este exato ano como referência, podemos comparar com o ano antes da pandemia e da crise dos chips, para sabermos que a evolução privada estava claramente expressa nas vendas globais de veículos elétricos que cresceram de 1,3 milhão em 2015 para 5,1 milhões em 2018, alcançando uma participação de 2 a 3% em todas as vendas de carros novos. É o caminho e tinha feito ignição.

Se na indústria nacional havia soluções e países europeus estão a comprá-la, soa a caricato a decisão da compra de autocarros de consumo fóssil para a Horários do Funchal. A decisão errada terá naturalmente cada vez mais apontamentos. Com a Guerra na Ucrânia e a Europa a querer reduzir o consumo de petróleo e gás russo, surge uma decisão a ser tomada por estes dias que colocará a Madeira (e seu convencimento) à margem da Europa. 

Em moldes semelhantes ao que foi feito para as compras conjuntas de vacinas para a Covid-19, há um acordo fechado entre os líderes europeus para a compra conjunta de gás natural, gás natural liquefeito (GNL) e hidrogénio, para ser aprovado na próxima cimeira europeia nos próximos dias, 24 e 25 de março. A Madeira, apesar de ter um Oligarca Regional metido no negócio do gás, consegue esta proeza de ficar de fora por decisões erradas na governação. A situação levaria a Madeira consumir combustível mais barato, pelo menos para transportes públicos, a preço do conjunto de países da União Europeia e assim, baixar os preços dos títulos de transporte para encorajar os madeirenses a aderir aos transportes públicos que, como se sabe, têm vindo a perder passageiros.

Não se entende o que estudam na Madeira, deve ser a algibeira. Recorde-se que a Europa já tinha previsto, antes da guerra, a conversão de gasodutos europeus para distribuir hidrogénio para poupar 41 mil milhões de Euros por ano. A Galp Gás Natural Distribuição (GGND) está nesta aliança europeia, a par com outras 90 distribuidoras de gás de 17 países europeus para uma solução global na transição energética. Global não é connosco, isolacionismo para negócios obscuros sim. Nem hibrido, nem LGN nem Hidrogénio. Fóssil. Deve ser para corresponder com o regime que temos. Somos ilha e zelamos por isso, o ferry não é exemplo único!

A estratégia é um caminho para a UE reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa em pelo menos 55% até 2030, substituindo os combustíveis fósseis por hidrogênio limpo, no transporte, energia e indústria. 

Enviado por Denúncia Anónima.
Terça-feira, 22 de Março de 2022
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