A caridade pode trazer injustiças e revolta


Boa tarde.

A caridade bruta, sujeita a emoções e sem racionalidade pode trazer injustiças e revolta. À partida parece um assunto tolo mas não é e, se continuar, provocamos mais divisionismos no nosso país. É interessante observar como o país consegue se mobilizar, para a ajuda e caridade com o exterior, mas não consegue arrumar a casa. A observação não está com a justa ajuda a refugiados ou luso-descendentes mas a injustiça que concretizam, por terem faltado com a mesma dedicação, aos que vivem no país. Aos de cá, por pouco que recebam subsídios de desemprego (ínfima parte do problema) ou apoio da segurança social, é sempre tudo depreciativamente avaliado como "chulos", vadios e estigmatizam os subsídios sociais. Por outro lado, criam redes políticas para usar esses benefícios através de IPSS/Casas do Povo cuja finalidade e seletividade política serve para obter votos. Esses já não são mimoseados por qualquer depreciativo.

Mas se a Madeira é um particular político de seletividade dos abonos para quem vota no PSD, o país não está melhor. Um senhor que vivia em Poltava (Ucrânia), tornou-se repórter de guerra nos primeiros dias de guerra na CNN, seu nome é Alexandre Pinto, é português e empresário, emigrou para a Ucrânia há 17 anos. Devido à guerra, regressou a Portugal há 13 dias. Ele que também ficou sem nada, ou melhor, nem sabe o que têm à mercê da guerra. Enquanto português regressado ao seu país não mereceu qualquer ajuda do Estado, não é refugiado, no entanto tinha toda a sua vida na Ucrânia e, por não ter morada em Portugal, nem pode abrir uma conta bancária. O homem já disse que regressa à Ucrânia logo que possível. Ele ajuda os ucranianos e não é ajudado.

Crise atrás de crise, default, pandemia, guerra, trazem cada vez mais gente fora do circuito da vida em Portugal e a solução é emigrar, começar de novo. Nas raras oportunidades que o país tem de mudar a ideia das pessoas... falha. O problema é que acertam sempre nos que têm iniciativa! Os governos, a banca, a Justiça, a Segurança Social, entre outros, nem se purgam nem se adaptam.

Enviado por Denúncia Anónima.
Domingo, 27 de Março de 2022
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