O jornalismo é eco do poder


C ongratulo-me ter visto um texto sobre precariedade e estagiários ser o mais visto da semana no Correio da Madeira (link) e de certa forma encorajou-me a escrever. Lamento profundamente que o jornalismo que se está a praticar, a mando, fuja da realidade e assente sem contraditório no que o poder cria para embelezar a situação.

Quero aqui trazer uma outra realidade. Como em tudo, os maus fazem a casa e torna-se imagem do todo. Em anexo envio um recorte de uma notícia de ontem. Os lusodescendentes, na maioria, juntaram-se e somaram mais precários. Os "miras" são novos e são precários na maioria.

Se existem mais de 20 mil trabalhadores quando o setor hoteleiro e o da construção civil apresentam falta de mão de obra, onde estão estes 20 mil, nas entregas de fast-food? A grande questão não é mais 20 mil mas simplesmente o vínculo laboral! A precariedade e a fragilidade social destes trabalhadores é muito grande. Não existem mais 20 mil trabalhadores qualificados com ordenados que lhes permitam constituir família, pagar rendas ou comprar casas. Sem vínculos laborais fortes a banca não dá crédito à habitação. A natalidade é baixa porque os ordenados são baixos e, estes sendo baixos, mostram que os vínculos são precários.

Eu posso ter milhares de trabalhadores, precários e de baixos salários, para dizer que sou grande empregador... Com formação precária e insuficiente mas não para conseguirmos todos dar o salto social que outras regiões já deram. Na Madeira querem o impossível, zelar por baixos vencimentos nos DDT e fazer esta propaganda com mais trabalhadores e menos desempregados. Caramba, serão sempre os censos de 10 em 10 anos a concluir verdadeiramente?

Toda gente que tem qualidade e nacionalidade capaz de circular pela Europa vai fugir daqui. Os madeirenses para os países do centro da Europa, os luso-descendentes para o continente ou mais provavelmente um salto para Espanha.

Esta notícia é demagógica e tendenciosa, se os jornalistas quiserem, mesmo com elementos e números do GR, concluirão que estão a participar numa burla noticiosa. Tenham vergonha!

Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 11 de Fevereiro de 2022
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