H á dias vi o CM em palavras próprias a pedir como presente de aniversário que as pessoas se deixassem do entretenimento no quanto baste para começarem a ler o que importa. Sou daqueles que pensa que a Madeira está em "acostumação" e já não reage.
A Madeira criou o vício informativo do curioso, do acidente, das vedetas adoradas, da piada, do sound bite e por aí se fixa. Um texto mais longo, que o instrui para perceber que decisão deve tomar ou opinião deve tomar, já é careta. É problema de geração ou gerações cultivadas no facilitismo, de ensino pouco exigente e de pouca ou nenhuma leitura.
O madeirense não quer saber da profundidade para não ser ludibriado, prefere ler na transversal quando não é imagem e título e, como foi convencido de que é Povo Superior, faz uma leve ideia do resto por adivinhação e isso já é suficiente para decidir, comentar, votar e reagir.
Acho que a oposição, filhos da mesma terra com umas importações bem medíocres, acostumou-se a não ter ambição de ser poder, por isso se vende e um bom grupo parlamentar é suficiente. É por isso que as razões que levam à crescente pobreza da população não são desígnio para a luta política, eles estão bem, ganham bem e não hostilizam quem montou um esquema para sugar dinheiro público: a pobreza, a desigualdade e a falta de equidade. O colapso dos serviços do estado (regionais) para encaminhar aos "sugadores".
E para não me alongar, o madeirense acaba por ter o que merece. E quem é o madeirense? Eu diria que é o que fica. Há quem seja natural da Madeira mas cidadão do mundo, parte em busca de uma vida melhor, consentânea com as suas capacidades intelectuais, a formação, a ambição, o mundo é um aliciante desafiante, provoca-lhes adrenalina, e vão. Há outros que se acomodam a tudo, sem apetência para mudanças e desafios, acostumam-se a isto e por sanidade mental de um cérebro maniatado evitam todo o esclarecimento, a "luz", a comparação, o debate, as ideias, eles querem assim e comem mastigado. Se lhes depararem com a caridadezinha já não sonham com mais e agradecidos votam. Mas isto nada tem a ver com vadios nem subsídios sociais, isso é outra conversa e outra fase. O madeirense encarneira e executa com afinco mas não sonha...
Estes, se tu lhes disseres que estão a ser enganados e se a tua indignação for muito assertiva, têm pena dos seus carrascos.
A cada campanha eleitoral vamos a pior nos argumentos, o PSD ganha votos com mal dizer dos outros, atribui culpas e diz-se da Madeira e dos madeirenses. Quando diz "madeirenses" é dos que ficam, os ludibriados, os comprados com benesses, os eternamente agradecidos com tretas, incapazes de reconhecer a péssima governação e um fim de ciclo que há muito deveria ter acontecido. Estamos a arrastar os pés, a cada campanha eleitoral já não há capacidade de inovar e repetem a ladainha da "acostumação". Por ter sucesso, eles também não mudam, também eles estão em "acostumação". Pode parecer forte mas... isto parece terra de burros. Como é que inovamos e somos líderes se tememos a mudança? Se não somos povo para novos desafios e queremos ficar exatamente iguais no mesmo lugar? Como é que a mesma experiência vai produzir factos novos e outros caminhos de prosperidade e respostas a novos desafios?
O Povo Superior, os maiores e superlativos, se postos nos desafios globais do mundo e necessidades do planeta seriam perfeitos inúteis. Infelizmente, estamos num hospício, as portas estão fechadas, a mente drogada e os "médicos" tentam agradar a cada cabeça louca para levar o seu ganha pão. Eles sim saem à porta e vivem a plenitude do mundo...
De certeza que fica o Povo Superior? Os colaboracionistas querem se fazer de médicos para sair à porta mas não passam de outros loucos mais refinados. Pode ficar chateado e de "rebendita" voltar a repetir tudo, eu estou no mundo fora de portas e não estou louco.
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