Crime: em defesa de Carla Moniz e filho

 

N um esclarecimento ao DN por uma magistrada, a que supostamente recebeu Carla Moniz, quase que faltava dizer que a vítima foi a culpada deste desfecho trágico. Tantas as vezes que repetiu que a vítima só fez uma queixa e que os maus tratos do passado, no seu entender, até foram mais graves do que os que Carla Moniz reportou nesse dia 7 de dezembro.

Ora, por outras palavras, desvalorizou por completo o pedido de ajuda desta vítima… diz que seguiu os trâmites normais. Afirmou ainda que só depois da tragédia teve conhecimento que o menino esteve no hospital por ter sido maltratado pelo pai. Então, tinha conhecimento que a mãe também esteve nas urgências e, na mesma, deixou o caso em água de bacalhau, até porque, nas suas palavras, meteu-se um feriado e um fim de semana. Ou seja, perante um caso de violência doméstica em que uma vítima tem a coragem de pedir socorro, tem de esperar porque os tribunais descansam nestes dias? Por outras palavras, os tribunais funcionam para casos urgentes nestes dias, pelo que se subentende-se que a violência doméstica não é prioridade.

A vítima pediu ajuda e prometeram apoiá-la em 72h... ajuda que nunca chegou e 13 dias depois estava morta com o filho. O sistema não funciona! Veja-se: Carla Moniz entrou no Hospital vítima de maus tratos, o seu filho deu entrada no hospital vítima de maus tratos... a Saúde não fez nada? Não sinalizou aos parceiros? PSP? Instituições de Vítimas? Segurança Social? Tribunal? Não há relatório sobre esta criança e mulher? 

Na escola todos sabiam o que se está a passar, e não fizeram nada? O sistema educativo não está sensibilizado para os procedimentos a ter nestas situações? Como denunciar à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens? Ao MP?

Todos sabiam, a juíza também, que o homem estava psiquiatricamente mal, mas não deram o valor suficiente ao pedido de socorro da mãe para mandá-lo internar compulsivamente.

Já são 4 vítimas num ano. Todas estiveram nas urgências, ou do hospital ou do centro de saúde. E nada foi feito para mudar a forma de intervenção perante casos de violência doméstica.

Na edição de ontem o Diretor de Psiquiatria do Hospital garantiu que há falta de respostas nesta área e que não conseguem chegar a todos os cidadãos e cidadãs que pedem apoio… será que ele é que não percebe nada do assunto por ter sido nomeado pela cor partidária e sem experiência? 

No continente, por menos, há demissões, aqui na Madeira esquece! Peço a demissão da Presidente do Sesaram que é a única culpada. Só no tempo que lá está foram vários os casos que passaram pelo hospital e que acabaram com mortes... Alguma coisa está mal na Saúde. Rua com esta mulher. Ou ela é preciosa para manter os “esquemas dos esquemáticos”? 

Na Educação deve também haver demissões, nomeadamente a direção da escola da criança, que nada fez, nada reportou. Se o caso não era do conhecimento da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, é porque a escola não apresentou queixa, até provarem o contrário. Por isso RUA.

Competência precisa-se. Rigor precisa-se. A esta hora muitos ficheiros e documentação foram eliminados. 

Peço à família e amigos próximos que ganhem força, após recuperarem deste desgosto, e façam queixa crime contra o SESARAM, a escola, a juíza que ouviu a vossa filha e amiga. Todas as provas que possam ter, como documentos, usem. Bem como testemunhas. 

Nada disto trará a vossa filha e neto de volta, mas poderá ajudar futuras possíveis vítimas. 

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 23 de Dezembro de 2021
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