Redução da dívida teve demasiados custos - Parte 2


E stive a ler com atenção um artigo publicado hoje no CM intitulado “redução da dívida teve demasiados custos”. Gosto de ler tudo porque acredito que só com muita informação, podemos decidir bem.

Procuro fazer na minha vida pessoal tudo o que quero, mas dentro do princípio que “não sei o dia de amanhã”. Assim, faço contas e antes de fazer qualquer despesa ou investimento, procuro assegurar que tenho dinheiro para pagar e que a verba utilizada não me vai fazer falta. Tenho que pensar, no dia de amanhã e na segurança dos meus filhos.

Se fosse gestor autárquico faria exatamente da mesma forma. Procuraria melhorar a minha autarquia, com o rigor de ter a certeza que os investimentos são contínuos, mas têm que ser pagos, procurando assim garantir a qualidade de vida dos munícipes, mas simultaneamente o futuro de todos.

O Funchal pode ter melhores estradas? Pode sim. O Funchal pode ser mais limpo? Pode sim. O Funchal pode ter menos carências sociais? Pode sim. O Funchal pode ter menos sem-abrigo? Pode sim. E vai poder sempre melhorar. Mas não nos podemos esquecer que representa mais de 40% do total da população. Não podemos esquecer que podem melhorar as estradas, mas depois faltava dinheiro para os apoios a medicamentos. 

Pode ser uma cidade mais limpa, mas 80% dos funchalenses afirmam estarem satisfeitos ou muito satisfeitos com a limpeza. Pode ser reduzida a carência social, mas faltará dinheiro para apoiar os manuais escolares, melhorar as estradas e pagar os medicamentos.

Pode ter menos sem-abrigo, mas não nos podemos esquecer que há um antes e um depois de março de 2020. Com a pandemia, as dificuldades aumentaram e trata-se de um problema global, em que o Município tem responsabilidades, como tem o Governo Regional e cada um de nós.

Dizer que reduzir a dívida traz muitos custos, só pode ser opinião de alguém que nunca na vida se preocupou em pagar contas, ou não faz a mínima ideia que dívida quer dizer responsabilidade financeira, com encargos financeiros e reembolso de capital.

Eu quero um Presidente que faça obras que efetue investimentos, mas que não o faça de forma pouco rigorosa, hipotecando o futuro das novas gerações e preocupado apenas com o seu mandato. É assim que faço a gestão da minha vida pessoal e que exijo aos políticos em quem voto.

Que afirma “redução da dívida teve demasiados custos”, tem alguma noção das implicações que o aumento de dívida provoca?

Tem ideia de quantas empresas fecharam e quantos madeirenses emigraram como resultado de uma política de endividamento catastrófica que em 2011 obrigou ao pedido do PAEF. Já pensou porque é que o IVA na Madeira é 1% mais baixo do que o do Continente e 5% mais baixo do que o dos Açores? Pense um pouco, se tiver essa capacidade.

Parte 1 (link)

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 22 de Setembro de 2021
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