O regresso do pai

 

A qui temos mais um clássico! Quem de nós nunca passou como pai e/ou filho por aquela experiência de ser jovem, pensar que já se emancipou, que sabe tudo, que não precisa de ouvir conselhos e quando as coisas não correm bem … chama o papá!!!

Pois, o regresso do Dr Alberto João Jardim (AJJ) ao terreno do Funchal, parece mesmo o regresso de um pai, que depois do filho estar em dificuldades, aparece para tentar ajudar a resolver os disparates entretanto feitos.

Ver o Dr Pedro Calado (PC) sentado no passeio ao lado do JJ, na companhia do povo, obriga-me a recorrer à minha memória e procurar um único momento em que PC de forma expontânea o tivesse feito. Confesso que não me recordo de um único momento! Já está há uns anos anos política, com diversas aparições públicas e nem um único momento perto do povo.

Agora quando precisa, aqui está ele! Mas como não sabe fazer, pede ao pai. O mesmo pai que admitiu publicamente “que o que interessa mesmo é reconquistar o Funchal”, mas que optou por ser mandatário da candidatura de Câmara de Lobos…

Se o AJJ não foi mandatário da Candidatura do Funchal só tem duas leituras … ou foi convidado e não aceitou, ou não foi convidado porque acharam que não era preciso para nada. Se a hipótese é a primeira, então significa que a Candidatura do PC não é tão importante. Se é a segunda, então quer dizer que a Candidatura entendeu que o “pai da democracia na Região” não tem nada a acrescentar. Agora, em momento de aflição, nada como um “jovem” que liga ao pai e pede ajuda para corrigir os erros que tem feito e falta de jeito para a “coisa”.

Se tivéssemos que descrever a cena, teríamos um antigo político em casa, de pantufas, a ver televisão e de repente toca o telefone. Do outro lado, ouve-se, “está me a ouvir pai? Isto não está a correr bem. Afinal preciso da sua ajuda. Não sei como lidar com o povo, porque nunca lhes liguei nenhuma, e por outro lado estou sistematicamente a falar de coisas como se já fosse Presidente do Governo, mas que enquanto potencial líder Camarário, não tem nada haver. Para falar a verdade, acho que nem sei o que é que um Presidente de uma Câmara pode fazer. Imagine que há tempos fui visitar um bairro cujas casas são do IHM e andei a dizer que, quando for Presidente da CMF, vou arranjar as casas. Que barraca! Eu sabia lá que afinal podia ter feito enquanto membro do Governo o que prometo agora fazer. Como durante este tempo todo, estive nas tintas para o povo, não sabia. Acho que nem o meu nº 3, que por acaso foi o último Presidente do IHM, sabia que aquelas casas eram “dele”.

Resposta do pai, “tu arranjas-me cada coisa filho! Mas enfim, se este passo é importante para um dia derrubares o Miguel (Albuquerque), vou ver o que se pode fazer e limpar as asneiras que andas a fazer. A primeira coisa é juntarmo-nos com o povo. Foi assim que me mantive 39 anos. Fingir que gostamos deles, oferecer umas t-shirts, autocolantes, sentarmo-nos no chão, darmos umas “pancadas nas costas”, se for mesmo necessário oferece umas cervejas ... Nunca te esqueças do te vou dizer dizer: “o povo tem a memória curta e o que interessa é o que prometermos agora. Eu, por exemplo, sempre os ajudei, mandei construir algumas estradas em que ninguém anda, piscinas que ninguém usa e até uma Marina no Lugar de Baixo para dar melhores condições aos peixes. O que interessa são as obras que fizemos. Achas que alguém se lembra que por nossa culpa tivemos que recorrer ao PAEF que tantas dificuldades às pessoas trouxeram? Claro que não! O povo gosta é disto. Vou tentar ajudar-te, mas não te esqueças, ao meu lado utiliza o teu apelido, estás CALADO para não estragares tudo e finge que gostas deles”.

O eleitorado da Madeira e do Município do Funchal em particular é que vai decidir. Nas últimas eleições Autárquicas e Regionais já deu sinais de que está farto do folclore das bandeiras e da mesma música, e tem a possibilidade de confirmar que não quer um regresso ao passado. Votem bem, votem em consciência.

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 2 de Setembro de 2021
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