Como se paga água duas vezes

 


B oa tarde, sou um pagante de água de giro, a água que chega na levada para encher poços para a agricultura ou quem os tenha para outros fins. Há muito tempo que sinto a desorganização nesta matéria, ora não existe levadeiro, ora é obras na levada que nunca são concretizadas, ora está entupido e o pessoal ainda não pode fazer a obra, ora ninguém sabe de absolutamente nada, nem água, nem levadeiro nem o GR sabe explicar quando se contacta.

Eu começo a achar que estão a faltar as pessoas mais idosas que gostavam do que faziam e não falhavam, as que ponham a máquina a funcionar e as que tinham tudo de cabeça, desde a era em que não havia computadores. Agora são todos uns snobs e não há dinheiro para empregar a malta que executa.

Depois, Deus queira que não tenha razão, há muito erros. Corta-se lençóis freáticos com túnel, acertam justo neles e desviam a água, secam nascentes, aproveitam e desviam a água que aparece para os projectos hídricos para produzir electricidade. Há furos onde a água não é aconselhável para consumo humano, há as lagoas, umas secas que não cumprem a função, outras que prometem não mexer nas águas já destinadas, as que devem correr livremente porque o turismo vem cá ver beleza e se corta a água, nem desportos radicais nem a Laurissilva se mantém. O agricultor é mesmo fim da linha.

Há muita coisa para dizer mas agora estou eu, pago água de giro que não chega e, para as plantas não secarem, ando de mangueirinha com água da câmara, pé a pé a regar um "cosquita" para não me abrasar o vencimento em água do contador. Hoje vejo que afinal pago duas vezes a mesma água, porque aquela que era do giro e eu pago é encaminhada para potável e eu volto a pagar. E depois vem o senhor Amílcar falar em dívidas? Você é um aldrabão! O meu caso é testemunho disso!

Segunda-feira, 14 de Setembro de 2020 16:02
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