O Advogado do Diabo


C onta-se nos corredores do poder que quando Miguel Albuquerque perdeu a maioria absoluta quis se demitir, mas que por pressão de Montenegro optou por fazer um acordo parlamentar com o PAN. Nessa altura ninguém adivinhava que havia uma investigação em curso envolvendo altos quadros do Governo Regional por isso considerou-se o acordo a melhor opção, em nome de uma alegada estabilidade.

Se a consciência de Miguel Albuquerque ditava que a demissão seria a melhor opção, o cenário de umas eleições antecipadas fazia tremer o poder económico, que via nisso um risco elevado de perder dinheiro dos financiamentos dos negócios em curso.

Miguel usou de todos os truques conhecidos para evitar a demissão pelo Presidente da Republica. Julgou que a não aprovação do orçamento poderia pressionar o Presidente a optar pela continuidade em nome de uma alegada estabilidade. Tal não aconteceu e a dissolução da Assembleia foi a solução encontrada.

Passados estes meses conturbados verificou-se que afinal a demissão logo a seguir ao dia de eleições teria sido a melhor hipótese porque, a cada dia que passa, o PSD perde votos com os alegados escândalos que envolvem Miguel Albuquerque.

Se a estabilidade era a razão para a continuidade de Miguel Albuquerque, o resultado não é inesperado mas é desolador. Vivemos dias conturbados com um Governo parado em duodécimos, o que não aconteceria se o orçamento tivesse sido aprovado.

Estou convicto que os apoiantes de Miguel Albuquerque já se arrependeram pela continuidade do líder. Se Manuel António tivesse ganho o Partido, as notícias sobre a alegada corrupção do governante teriam um impacto muito menor no Partido. Manuel António teria lavado as mãos e mostrado que o PSD não se resumia aos atos de Miguel Albuquerque.

Estamos sensivelmente a um mês das eleições e a ciência política indica-nos que os últimos quinze dias são predominantes para a alteração do sentido de voto e a continuar mais notícias cirúrgicas sobre mais escândalos que envolvem Miguel Albuquerque, o PSD pode estar a viver os seus últimos dias.

Decididamente o Diabo tirou a confiança política a Miguel Albuquerque.

PS: O Advogado do Diabo é um filme de 1997,  adaptado de um romance de Andrew Neiderman, dirigido por Taylor Hackford, protagonizado por Al Pacino, Keanu Reeves e Charlize Theron.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 16 de abril de 2024
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