Ginjas: Comunicado ASDA


A estrada das Ginjas, determina e envolve a única coisa visível que a atual Secretaria do Ambiente, e a sua titular, dispõem para marcar presença pública e mediática neste período de governo regional de gestão.

Desastrosa e lamentável, a argumentação técnica e justificação de oportunidade, aparenta ser única e exclusivamente uma operação de marketing político com o objetivo de dar e criar palco mediático para o partido PAN, proxy e acólito do PSD Madeira. 

Tão óbvia foi a anedótica e mais que sarcástica declaração de justificação daquela “obra”, por parte da senhora secretária, imediatamente secundada pela candidata do partido dos animais e da venda política e eleitoral de “gato por lebre” .

A destruição de todas as bermas originais, assim como o alargamento do Caminho das Ginjas por esta operação comandada pelo presidente do instituto, lesou aquilo que se pretende proteger com a ação cautelar, entretanto, em processo judicial no Tribunal Administrativo do Funchal. Exatamente o que se pretende proteger foi aquilo que o instituto e a senhora secretária mandaram arrasar, de uma só vez, com uma “limpeza” de infestantes, macabramente destruidora de toda a riqueza florestal das bermas daquele caminho, assim como a replantação, projeto Fura-bardos, de espécies florestais classificadas como Laurissilva.

A utilização de maquinaria pesada para uma ação de limpeza de infestantes é desproporcional e de facto intrusiva. Não tem justificação a não ser no desejo de vingança e destruição às ordens e comando de governantes que se julgam plenipotenciários, mas que não passam de verdugos de toda aquelas espécies irremediavelmente perdidas, sem justificação plausível ou enquadramento ecológico. 

Todo este quadro desta intervenção é absurdo, assente em malabarismos políticos de oportunidade. Que estranho interesse numa intervenção onde a maior justificação é a do melhoramento do combate a incêndios, quando nunca se registou um único incendio florestal naquela zona. É que simplesmente não existem registos de tal ao longo de décadas e décadas. Nunca tal aconteceu. 

Uma intervenção quase imediata, sobre uma estrada cujos fundos, 14 milhões de euros para a sua requalificação, foram “desviados para caminhos agrícolas” no dia 7 de fevereiro de 2024.

Será que existe uma relação de interesse comercial, direto, com a anunciada intervenção para requalificação ou manutenção da Casa do Caramujo por parte do governo? 

Será esta mais uma tentativa de alienar aquele bem público, ainda listado como propriedade da Fazenda Nacional e que desde 1976 o governo regional tenta vender ou alugar aos apetites dos hoteleiros locais? Mais de uma tentativa, com resoluções de conselho de governo, mas nem uma nem noutra tornaram possível alienar aquelas instalações. Razões várias, sendo que uma delas é a de que aqueles terrenos pertencem a um privado e outros aos Baldios Comunitários das serras de São Vicente, Boaventura, Ponta Delgada e de outros, como os da sua ligação à exploração e transporte de água, faz com que a sua propriedade não seja alienável a qualquer título. 

Será esse o último golpe do presidente do instituto, senhor Madama Filipe, e da novel secretária do ambiente, senhora Maria Rafaela Rodrigues Fernandes?

Esta associação estará na linha da frente na defesa da integridade e intangibilidade comercial da Casa do Caramujo, assim como de toda aquela mancha de Floresta Laurissilva e sempre contra qualquer intervenção no Caminho das Ginjas. 

Estará, desde este momento, a observar e acompanhar todo ou qualquer desenvolvimento técnico ou administrativo relacionado com a Casa do Caramujo, da respetiva lagoa e miradouro. 

Nada acontecerá para além do que as leis comuns e ambientais permitam. 

Aquele recurso público é inalienável e tem nesta associação uma defesa firme e absoluta. 

A Casa do Caramujo não será negócio. 

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira