Dos engodos da Praia Formosa à dura realidade.


Saúdo o correio da Madeira e seus leitores e louvo a análise e o espírito crítico que fomenta na sociedade madeirense mais atenta.

T enho visto muita gente apaixonada pelo quadro reluzente da Praia Formosa e que é conscientemente vendido pelo poder económico e político, utilizando contornos aliciantes de marketing, que não são mais que engodo para iludir as alminhas mais ingénuas. Considerando aquilo que ali se pretende construir, deve-se perguntar aos contribuintes madeirenses o seguinte: 

  1. Atendendo ao avanço do mar e erosão da costa, se concordam que o dinheiro dos seus impostos seja enterrado em muralhas, para que o mar as leve de tempos a tempos. Ou seja, para que  a coberto de uma promenade sejam gastos ciclicamente rios de dinheiro para proteção dos investimentos privados que ali vão nascer. Tal como recentemente aconteceu na promenade junto ao  Pestana para proteção do investimento deste hoteleiro.
  2. Face à brutalidade de fogos que vão nascer naquele local, tendo em conta a limitada capacidade de redes de águas potáveis, saneamento básico (somando-se estações elevatórias), a que acresce a construção de novas acessibilidades rodoviárias, se  concordam que sejam os contribuintes a financiar aquelas infraestruturas e os lucros a ficarem  para os mesmos de sempre.
  3. Se os habituais utilizadores da Praia Formosa, que são da classe média/ média baixa, aceitam que para usufruir de um dia de praia tenham de pagar  estacionamento a preços exorbitantes, como aqueles praticados no parque do hospital ou do aeroporto, porque mais cedo ou mais tarde eles hão de chegar. Desenganem-se estes veraneantes, que estacionar gratuitamente ao ar livre junto a esta ou nas imediações, será uma utopia, afastando  propositadamente os cidadãos daquele espaço, reservando aquela zona à elite.
  4. Por último, que se questione aos contribuintes se gostariam de ver para a Praia Formosa o desenvolvimento de um projeto mais sustentável tendo em conta as alterações climáticas, a par de um espaço em que pudessem usufruir e beneficiar com custos de manutenção reduzidos e que o dinheiro dos seus impostos fosse revertido e maximizado para o próprio benefício dos madeirenses.

Chega de os ricos ficarem mais ricos (e sabe-se lá quantos são os beneficiados) e do  pobre cada vez mais pobre.

Chega de ardilosamente limitarem o acesso ao mar. Quem não se lembra de ir a banhos gratuitamente à Ponta Gorda e às Poças do Gomes. 

Esta é a altura dos madeirenses se manifestarem.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 6 de Setembro de 2023
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