Sinto-me aflito por ver tantos erros.


P or toda a Europa, cidades muito populares para o turismo, aproveitaram a pandemia para fazer obras de fundo e criar uma solução de distribuição desse mesmo turismo por uma área maior, com novos aliciantes, com parcerias, com as cidades em causa a convidar a visita a outros sítios desconhecidos e até cidades concorrentes e zonas do mesmo país. Algumas delas, depois de alguns estudos, quando viram que as suas iniciativas iam ser atropeladas pela popularidade do destino, decidiram taxar nas estadias. Algumas aumentaram os valores.

A Madeira fez um percurso inverso, não estava bem nos números do seu turismo, inclusive atrás de outras regiões do país quando entramos em pandemia. Nós fomos para a pandemia em crise e ela serviu para maquilhar. Nalguma janela de oportunidade para o arranque parcial, a Madeira chegou sempre atrasada, o que dava indícios que não havia trabalho mas uma espera pura e simples elo arranque. No arranque atual, que ainda vivemos, inseriu-se uma low-cost que é uma autêntica Bazuca. Massificamos sem condições e isso revela-se pela incapacidade de gerir pessoas nas atrações turísticas da ilha.

Vou apreciando que a situação não vai evoluir para a distribuição deste turismo por novas atrações mas sim "castigar" taxando. Isso não vai resultar. No que diz respeito a Levadas e Trilhos temos felizmente muitas, algumas contaram com a carolice de muitos a redescobrir, a limpar e a sinalizar. Acontece que até mesmo a Guarda Florestal apagava essas sinalizações. Atitudes altruístas, muitas vezes assentes em pessoas idosas mas independentes que, com a ajuda dos mais novos, descobriam trilhos antigos goravam-se sem manutenção e por falta de caminhantes. Felizmente, guarda-se o conhecimento com a transmissão a alguns mais novos, que mantenham o gosto.

O que a Madeira precisa é de uma política de manutenção da totalidade das levadas e trilhos, redescobrir com auxílio dos antigos ainda em vida e trazer desafios e parcerias aos clubes de caminhadas que possuem know-how. Chamar pessoas com conhecimentos imprescindíveis que se zangaram com a Madeira.

A Madeira deve distribuir o turismo em vez de afunilar em meia dúzia de levadas e trilhos. Deve acabar com a vontade de privatizar e taxar as atrações, o dinheiro para a manutenção deve vir da hospedagem e o número de camas deve ser limitado, é a forma de dimensionarmos o nosso turismo. Esse trabalho estava feito, a gula atual destruiu e vamos ter turistas descontentes. Não se pode proibir ou obstruir o direito do turista, ele pagou para vir cá e traz ambições para as suas férias, quem não soube gerir foi a Madeira. É preciso delicadamente distribuir com aliciantes.

Estamos em presença do colapso da capacidade da Secretária do Ambiente, a senhora não tem destreza para o cargo, pode ir fazendo propaganda em tempos sem desafios, apesar de ainda conseguir atentar contra natureza, floresta e bichos, mas para esta empreitada não chega lá. Os desafios estão aí e a mente está presa em privatizar e taxar, não se esqueçam que a pagar o turista tem direitos e o GR responsabilidades. É preciso trabalho sério de fundo e já! Com a frequência dos turistas nos poucos percursos divulgados, como vai ser quando a miude se precisar de fechar para realizar manutenção? Com todas as levadas e trilhos possíveis dilui-se a frequência, assim, até as atrações mais populares vão se perder com este ritmo de turistas. O idílico será massacrado e destruído pela frequência.

Enviado por Denúncia Anónima.
Terça-feira, 24 de Maio de 2022
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