A Ribeira dos Socorridos é tão assustadora que mais parece a Faixa de Gaza. Quem ainda não viu, com olhos de ver, a Ribeira dos Socorridos, aconselho a fazer um pequeno tour até ao fundo da estrada, para lá da ponte velha de pedra. A vista é digna de um cenário de guerra.
A ribeira está toda esventrada, não há vida, está tudo morto e destruído. A única coisa que mexe, é a maquinaria pesada que anda no corrupio da extração de inertes.
Talvez seja por isso, que o PAN e a deputada, Mónica Freitas, nunca tenham lá posto os pés. Se o tivessem feito, possivelmente, tinham pensado duas vezes antes de juntar os trapinhos com o PSD.
O que se passa na Ribeira dos Socorridos é um autêntico crime ambiental, onde as ribeiras foram tomadas de assalto e viraram estaleiros privativos de empresas protegidas pelo PSD.
Para agravar a situação, não pagam nenhuma contrapartida à Região, pela extração dos nossos recursos.
No entanto, foi realizada no Parlamento uma Comissão Eventual de Inquérito “À atuação do Governo Regional no que se relaciona com a extração de inertes nas ribeiras e na orla costeira da Madeira”, que concluiu não haver nenhuma ilegalidade.
Quando todos sabemos que a extração de inertes na Madeira é um jackpot para as empresas do regime e que funciona praticamente em roda livre.
Como vamos investir na habitação, saúde, educação, se os nossos recursos estão a ser desviados? Quem deveria lucrar com utilização dos nossos recursos naturais deveria ser o erário público.
As crianças de amanhã já não vão saber o que é uma ribeira.
Praticamente, não existe, nenhuma ribeira natural e intocada na Madeira, foram todas descaracterizadas irresponsavelmente, até usando o subterfúgio que a retirada desses inertes era fundamental para desimpedir os canais, e que as grandes construtoras até faziam um grande favor, em limpar essas linhas de água, em nome da segurança da população.
Não pode continuar a imperar a lei do faroeste nas ribeiras da Madeira, temos de regulamentar e limitar a extração de inertes, senão corremos o risco de não deixar nada para as gerações vindouras.
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