A nossa ilha superlativa tem coisas de bradar aos céus. Há sempre duas notícias em separado mas que ninguém junta. Não inventamos nem produzimos nada e, sem dinheiro de fora, as obras e o turismo não se alimentavam. Só somos centralidade no turismo, se não acabarem de rebentar a ilha com betão, alcatrão e festas flop. A Madeira não tem matérias primas e trata a massa cinzenta ao pontapé porque, carreira cá, só sendo bufo, lambe-botas, vendido ou laranja. Mas depois somos os maiores em tudo, com os serviços públicos em cacos.
Vanguarda, pioneiros, líderes, temos crânios do tamanho da cabeça das ilustrações de extraterrestres mas, ao primeiro contratempo, berra-se por dinheiro e estende-se a mão. Somos bons a gastar e a colocar nas contas bancárias certas. Os superlativos da ilha significam dívida, quando ouvir gente a se gabar significa que está a maquilhar o esquema. Aí vai Pedro para a transição digital, atenta.
Já tivemos boa Saúde agora não temos nada, nem digital nem analógica, ao sabor de nomeações políticas, médicos com mais pé na privada a arrastar tudo o que seja fillet mignon do público. Temos uma boa parte de mercantilistas como médicos, é uma classe menos abordada mas não diferem dos jornalistas que vemos.
A eficiência numa organização distingue-se na míngua e na fartura. Os ucranianos aguentaram-se com poucos meios frente aos russos que tiveram, vezes sem conta, de refazer objetivos. Agora recebem material do ocidente e os russos estão a recuar. O problema é que a Madeira farta-se de receber dinheiro da União Europeia e não sai da cepa torta, cada vez mais pobreza, cada vez mais corrupção desenfreada e despudorada, cada vez mais serviços públicos caóticos. Esta é a realidade vista pelo comum cidadão.
Vamos ter um novo hospital e o mesmo sistema que degrada os Serviços Públicos de Saúde propõe-se fazer maravilhas, se na míngua não têm engenho na fartura vai ser um desastre de gamanço. A si utente, que tal os seus telefonemas para marcar consulta? Que tal vão as suas marcações para exames e cirurgias? Como é que apostam mais e as listas crescem? Ai não esquecem porque de vez em quando o sistema vai abaixo... o digital não faz milagres.
Usou-se a Covid para braquear a má gestão hospitalar pública mas, enquanto isso, tudo o resto parou e estão à vista as mazelas. Cancros detetados tardiamente, novas infeções, falta de acompanhamento médico de pacientes de risco, consultas por telefone, etc. Se estivéssemos na era digital algo mudava? Não me alargo porque o utente sabe.
Espero que o publicitário Pedro Ramos não tenha ido copiar para os "Estates" (link), para depois estar na vanguarda de adaptar as ideias e os modelos aos esquemas da Saúde na Madeira, porque com hospital velho ou novo, se os esquemas não terminam vai dar tudo ao mesmo para os utentes!
O nosso Pedro vai se sentir em casa nos "Estates". Um "M" vai lhe servir, "M" de marosca. Porque andam todos nas Américas quando temos de nos integrar na Europa, o que vai copiar Pedro? O modelo de Saúde suportado em seguros dos Estados Unidos? Vai estudar o esquema para a privada? O novo hospital da Madeira, de princípio ao fim e até ao seu pleno funcionamento será o pleno de esquemas!!!
Enviado por Denúncia Anónima.
Terça-feira, 17 de Maio de 2022
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