Placa Central, uma feira de vaidades!


J á não ia à Placa Central há mais de dois anos. Este ano como já tinha o teste decidi fazer uma visita. Antes era apenas um ponto de passagem, mas este ano, o necessário controlo de entradas transformou a Placa Central num Jardim Zoológico para afastar os animais inferiores. Diga-se que a Placa Central já não é a mesma, onde se tomava uma ponchinha contrafeita junto com o povo anónimo, antes de visitar o parque de diversões e o Circo com os filhos. 

Hoje a Placa Central é uma feira de vaidades de gente que trabalha no Governo e que vai lá para ser vista e ver quem lá está. Depois das 18 é vê-los a chegar aos bandos, de fato e gravata, com um ar austero que revela a sua importância e estatuto dentro do Governo.

Este ano assisti a um telefonema de um Chefe de Gabinete que não devia saber o que era um telemóvel, porque falava alto para todos ouvirem. Pela conversa falava com alguém dando ordens e opiniões dizendo que o que ele dizia era também a opinião do Presidente do Governo. Fiquei convicto que o álcool lhe tinha danificado os poucos neurónios que tem, porque o assunto até era melindroso. Todos os que estavam na barraquinha ouviram a conversa mas felizmente a maioria dos presentes nem ligou.

Está a tornar-se um hábito neste Governo que alguns mentecaptos utilizem a mentira e o nome dos outros para realçar a sua importância. Usam e abusam do nome dos seus superiores para mostrar aos outros imbecis que são íntimos, de quem manda no Governo, com o objetivo de ganhar notoriedade junto dos subalternos sorridentes que os rodeiam. 

Acredito que 90% do que dizem é folclore para marcar território, dizendo que as ordens e decisões não são deles, mas sim do Sr. Secretário Regional ou do Presidente do Governo. Só falta dizerem que dormem todos juntos na mesma cama.  

Mas não deve ser caso único, no outro dia contaram-me que um Assessor, que estava reticente em ir, mudou de ideias quando soube que Miguel Albuquerque estaria presente. Passear na Placa Central com o mesmo copo da mão, distribuindo abraços e sorrisos, para ser visto ou aparecer na televisão, começou a ser um hábito de meia dúzia de bajuladores.

Com um ambiente tão pestilento, bebi a minha poncha à pressa e saí de lá com a família, dizem que a falsidade é mais contagiante do que o vírus.

Enviado por Denúncia Anónima.
Domingo, 2 de Janeiro de 2022
Todos os elementos enviados pelo autor. Imagem CM.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira