U ma das personalidades mais controversas da aquacultura é o diretor Carlos Andrade, que lidera o Centro de Maricultura da Calheta. O Andrade é biólogo e um dos responsáveis pelo crime ambiental e económico da aquacultura na Madeira.
O Andrade já se tornou numa figura mediática. Vimo-lo nos debates da RTP-Madeira ou à porta do Congresso Europeu de Aquacultura, que custou uma fortuna aos contribuintes (só o jantar presidencial custou mais de 22.000 euros). Ele também assina artigos de imprensa, onde diz sempre a mesma coisa e apenas aquilo que o Governo Regional quer – até porque se não dissesse, seria demitido no dia a seguir.
O organismo que o Andrade dirige presta apoio técnico e científico à aquacultura. Os serviços incluem projetos de investigação e formação profissional, mas não atua com isenção e o problema está precisamente aí. O Centro da Calheta foi criado pelo Governo Regional em 2000 e está subordinado à Direção Regional do Mar, da Secretaria Regional de Mar e Pescas. Não é, por isso, uma entidade independente.
O Governo Regional, por sua vez, deu provas de má-fé. Algumas mentiras já se tornaram evidentes: por exemplo, as distâncias das jaulas, ou o suposto crescimento da aquacultura, que na realidade estagnou na Europa há mais de vinte anos. Não se deve confiar duas vezes num mentiroso.
As intenções do Governo Regional são óbvias: crescimento voraz e muito dinheiro. A aquacultura é fortemente subsidiada pela União Europeia. Os governantes madeirenses querem repetir o que já fazem na banana e deitar a mão aos apoios europeus do novo FEAMPA (mais de 6,1 mil milhões de euros entre 2021 e 2027!). A população e o ambiente saem, como sempre, a perder.
Por Flávio Sousa
Material de apoio:
- VÍDEO: Debate Especial Informação: Aquicultura (RTP-M, 22.8.2018): link
- Jantar do Congresso Europeu de Aquacultura, adjudicado pelo preço de 22.500,00€, sem IVA: link
- Lista de apoios europeus concedidos pelo Programa Operacional MAR 2020: link
- A autarquia de Albufeira rejeita, por unanimidade, a aquacultura: link
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