O fim da Função Pública?


S e julga que os funcionários públicos na Madeira estão em excesso, saiba que nos países mais desenvolvidos do Norte da Europa, onde a qualidade de vida é um exemplo a seguir, o número é superior. A percentagem de funcionários públicos na Suécia é de 29%, na Dinamarca de 28% e na Finlândia de 25%, que contrastam com os 15% de Portugal. E não é por acaso que nestes Países, onde toda a gente paga impostos e onde a Saúde e a Educação são gratuitas, a Função Pública é um exemplo de excelência porque funciona.

Mas, se o problema não é o elevado número dos funcionários públicos portugueses, então a culpa só pode ser dos políticos, dos dirigentes e da gestão burocrática propositada para que a função pública falhe e o seu serviço seja ocupado pelos privados.

Ao contrário do Norte da Europa, os funcionários públicos em Portugal são mal vistos pelos trabalhadores do privado, são apelidados de malandros, porque entram às 9 e saem à 5 com o ordenado garantido e não precisam de fazer nada. E a ser verdade, de quem é a culpa?

A culpa é de umas mentes brilhantes, que também são pagos pelos nossos impostos, que aceitam que os Serviços Públicos funcionarem mal porque assim são uma oportunidade para a entrada dos privados no mesmo ramo de negócio.

Todos nos lembramos que até há pouco tempo, para fazer umas simples análises clínicas, bastava dirigir-se sem marcação e em menos de trinta minutos estávamos despachados. A marcação prévia foi manhosamente calculada e canalizou uma grande percentagem de utentes para laboratórios privados, que agora têm de desembolsar do seu próprio bolso se quiserem ter análises em tempo útil.

Mas a saúde não é o único exemplo. As contas que os gestores políticos desta terra fazem é se ... a Saúde e a Educação custarem menos, então fica mais dinheiro para os amigos das obras.

Não bastando, o partido que lidera o Governo Regional descobriu que pode pagar aos seus militantes para fazer propaganda partidária, com o dinheiro público, nomeando-os Dirigentes e Técnicos Especialistas de coisa nenhuma. Para satisfação dos funcionários públicos, muitos nem aparecem no seu posto de trabalho, porque na verdade até atrapalham o funcionamento normal das instituições.

As cunhas são outro cancro da Função Pública. A cada dia que passa mais procedimentos concursais de oferta de emprego são feitos à medida. Os exemplos são incontáveis e apenas os mais mediáticos é que ficam na memória dos que concorreram! Que o diga o licenciado em Teatro que foi ocupar um cargo de dirigente da ARAE e a famosa adjunta e arguida de Pedro Calado que foi para a Autoridade Tributária. Nada como alguém que sabe como se foge aos impostos para vigiar os delinquentes.

E não é preciso inventar muito para se mudar as orgânicas e criar um cargo para determinada pessoa do partido. A cada dia que passa, entra na Função Pública gente sem preparação e sem qualificações, apenas para cumprir promessas partidárias, não acrescentando nada ao serviço público.

Em consequência da entropia e da desorganização atual da Função Pública, muitos funcionários públicos e até dirigentes aguardam calmos e calados pela esperada reforma fazendo os mínimos para não ficar feio. 

A ideia geral é, se dá dinheiro privatiza-se! E por isso, tudo aponta para que a curto prazo a privatização dos Horários do Funchal, da Empresa de Eletricidade da Madeira e das Águas e Resíduos da Madeira seja uma realidade. 

Para bem da Madeira, rezemos que não!

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta, 1 de Setembro de 2021
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