Conduta Cleptocrata

 

É estranho, muito estranho, que um leitor de notícias se veja saciado por um blogue ou site, não sei bem o que é, que publica opiniões de pessoas. Mais estranho ainda, é notar por instinto o que começo a ler pela manhã. Hoje dei-me conta de gente a descrever CLEPTOCRACIA sem mencionar, ou seja, conhecem todos os sintomas mas todavia não designaram a "doença". Por medo ou orgulho, andam à volta e nunca proferem a palavra CLEPTOCRACIA. O que é?

Peço que vão lendo e pensando na Madeira! O que permite que a cleptocracia se estabeleça e se mantenha é a debilidade das instituições, nesta manhã descreveram-no no artigo sobre as motas (o novo). Ninguém liga ao que vai de errado. Quando as instituições são fortes, os cidadãos punem os políticos retirando-os do poder; quando as instituições são fracas, os políticos punem os cidadãos que não os apoiam. Quando as instituições são fortes, os políticos competem pelo apoio e endosso de grupos de interesse; quando as instituições são fracas, os políticos criam e controlam os grupos de interesse. Quando as instituições são fortes, os cidadãos exigem direitos; quando as instituições são fracas, os cidadãos imploram por favores. É-lhe alguma coisa familiar?

Os modelos não são perfeitos mas, partindo do pressuposto da imperfeição numa matriz virtuosa, quando se fala de CLEPTOCRACIA encostamos ao vermelho. A regra é usar tudo para satisfazer alguns e enriquecer. Em todos os regimes, democráticos ou autoritários, os governantes e os seus seguidores beneficiam de cargos, com eles governam, para todo o universo, porque passaram a ser governantes de todos. A CLEPTOCRACIA é o uso do poder para o gamanço sistemático dos recursos públicos em benefício dos governantes e seus familiares ou amigos, atropelando as instituições ou manipulando-as em seu favor.

Como se explica que os cleptocratas governem tão pouco para a sociedade e, mesmo assim, conseguem se manter no poder por tanto tempo? Por sedução aos ainda influentes de contra-corrente, com carácter, que decidem provar a boa vida e o facilitismo. A CLEPTOCRACIA é engenhosa no arrastar de asa e, quando menos se espera, alguém mais está envolvido por vontade ou não. Basta ficar marcado. É assim que, sempre a "cambar" instituições, nos mais diversos sectores da sociedade, que estes nunca se conseguem organizar para retirar o poder daqueles que abusam. Vide as posturas opostas na Assembleia Municipal do Funchal e a Assembleia Legislativa Regional. A CLEPTOCRACIA usa a velha táctica do dividir para reinar. A fraca carne de alguns faz o resto.

Continue a pensar na Madeira. Imagine, faça um esforço, pense em dois partidos que poderiam se unir para derrotar os cleptocratas na próxima eleição. Antes que se juntem, o governo ou partido chama algum deles, oferece vantagens, benefícios mas ... já ameaça punir a quem ficar contra. Entre o medo e a ganância, o apoio é dado, e governo mantém-se. Tanta coligação que vai por aí, às claras e secretas.

Por outro lado, a mudança amiÚde ou introdução de ruído (bufos e incompetentes) nas estruturas e orgânicas, cada vez mais pesadas mas que não funcionam, cada vez mais esquartejadas para dar pequenos poderes a imensos tachistas, têm por função comprá-los mas gerar insegurança em todos eles para que correspondam com lealdade canina. É assim que as autoridades são leais a governantes e não às responsabilidades e objectivos das instituições para as quais trabalham. Vandalismo e droga no Porto Santo. É evidente que num governo, tudo é mais fácil.

A CLEPTOCRACIA gera caos e a noção de falta de confiança no futuro, por isso, na primeira oportunidade, os fracos cedem. Fracos, sem carácter, egoístas e situacionistas, NÃO TALHADOS PARA A CAUSA PÚBLICA, preferem ser espertos, e em vez de acreditar no futuro (até mesmo com eles) preferem o ganho imediato de um privilégio ou bom negócio JÁ, feito hoje com o governo ou partido do poder em vez de um eventual ou hipotético ganho futuro. Antes um ganho na mão do que praticar a democracia. Aqui se definem muitos políticos, os que apostam no ganho pessoal imediato devem ser escorraçados, na primeira oportunidade, para vencer a CLEPTOCRACIA. Temos muitos bandidos destes na Madeira. 

O poder em mãos erradas, mal formados, ladrões e patos bravos tem foco na concentração de significativos recursos nas suas mãos, o "reformado" que faz a apologia disto (porque são madeirenses) não é capaz de ver a pobreza, a precariedade e o esclavagismo moderno. No caso da Madeira, com uma economia pouco produtiva e refém de um modelo ultrapassado, faz com que os benefícios vindos dos favores do governo sejam muito mais vantajosos do que os da actividade económica ou profissional independente. Reconhece ou não este facto na Madeira? Com licença, os "mamões" do Orçamento Regional que colocam peões em todas as instituições ... as tais entorpecidas pela CLEPTOCRACIA.

O que significa o "Quero, mando e posso", autoritarismo certamente, cegueira de poder e desrespeito por outras instituições e opiniões mas, sobretudo, CLEPTOCRACIA! Quando o poder político está concentrado numa pessoa ou algumas pessoas, mais do que num cargo ou uma instituição (diluição da suposta força por fiscalização), gera conflito de interesses entre o governante e as regras institucionais, como as instituições estão fragilizadas, prevalecem os interesses pessoais do governante.

Uma consequência grave da CLEPTOCRACIA é o ataque permanente às instituições existentes, GUERRA A TODOS, INSULTOS, REBAIXAMENTOS, AMEAÇAS, ASSÉDIOS, INIMIGO E CULPAS EXTERIORES, SUSPEIÇÕES E ENGANOS, NARRATIVAS E ABUSOS contra políticos e instituições, executivo, mas também contra o pilar judiciário e legislativo (querem sempre mais poder).

O resultado de tudo isto é exactamente a sensação que você tem, sente caos e desorganização, falta de fiabilidade e muitas mentiras, economia sectária, o empobrecimento da sociedade e o aumento da insegurança, todos eles factores que retornam para alimentar a CLEPTOCRACIA.

Se com tantas explicações e factos os cleptocratas continuam a ganhar, então há muito eleitor à espera do "seu" e está-se a borrifar para o futuro colectivo, tal como já houve jornalistas apesar da deontologia. Mas alguém vai pagar e da última vez já fomos nós. Se não começa a mudar, emigra, o Cantinho do Céu ... já fostes.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça, 31 de Agosto de 2021
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