Imprensa Rasca ou à Rasca?


J á todos nos apercebemos que os jornais de hoje pouco ou nada trazem além do papel e por mais que se folheie não se consegue encontrar nada de interessante. Hoje, além letras gordas da imprensa escrita que por cá se publica, li apenas algumas crónicas e artigos de opinião de ilustres escribas da nossa terra. 

Por mais que me custe, as crónicas de hoje do JM bateram o concorrente Diário. Não perco um artigo do dentista Pedro Nunes, que não é jornalista mas escreve bem, com um sarcasmo próprio e inigualável. Gostei!

O artigo de Luís Miguel Rosa, que também não é jornalista, sobressaiu no meio do nada a que o JM já nos habituou, quer pelo assunto escolhido, pela pedagogia, quer pelo facto de hoje ter escrito sobre aquilo que sabe. Gostei!

Já o artigo de Rafaela Fernandes não consegui ler até ao fim mas segundo me apercebi é sobre férias.

No Diário a crónica da jornalista Marta Caires sobre ovnis teve toda a minha atenção, não por acreditar em extraterrestres, mas pelo conteúdo que me levou aos tempos recônditos da minha infância. Gostei!

Já a análise do Diretor do Diário não me surpreendeu. E não gostei!

Que fique claro que não me surpreendeu porque era um assunto que simplesmente já tinha sido referido exaustivamente e por diversas vezes por ele próprio seu “Boa Noite” - do qual sou leitor assíduo. Entendo e compreendo a sua preocupação sobre a imprensa lançando as culpas para a fatídica devassa das notícias nas redes sociais sem qualquer pudor pela origem e pelos direitos de autor que ele tanto preza. 

Para o Diretor do Diário, a tecnologia e as Redes Sociais como o Instagram, Facebook, Twitter e WhatsApp - onde qualquer imbecil pode publicar o que lhe apetece - são os grandes culpados da crise na Imprensa porque violam os Direitos de Autor. Será que o Diretor do Diário nunca fez um “download” de músicas ou de filmes da internet com a mesma preocupação dos Direitos de Autor?

Compreende-se que as suas preocupações sejam legítimas porque os tempos conturbados da economia colocam em risco a sobrevivência da imprensa escrita particularmente a do Diário que é o seu ganha-pão. Mas nisto tudo, o que é difícil de perceber é a sua dura crítica dura à qualidade do jornalismo das Televisões que, como se sabe, é ainda feita por jornalistas, isto é, por colegas seus. O jornalismo das televisões é mau? E os das rádios? E o dos jornais?  

Mas o Diretor do Diário não se fica por aqui e termina a criticar o financiamento da imprensa pelo Estado quando tem como acionistas conhecidas empresas do regime. Qual é a diferença? Será que se o tal dinheiro do Estado circular primeiro por outras mãos fica lavado e os jornalistas já não se sentem manietados? 

O que o Diretor do Diário não quer perceber é que o problema não são as redes sociais mas sim a qualidade e estratégia de divulgação do próprio jornalismo que se deve esmerar por ser diferente e inventar canais de distribuição na malvada internet para chegar primeiro e mais longe. 

Como já se faz tarde, agora vou ler as últimas notícias no “Feed News” do meu telemóvel instalado pela Google que com isso ganha biliões em publicidade que não é taxada em Portugal.

Uma Boa Noite para todos!

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Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 11 de Julho de 2021 23:16
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