Bagunça

 

É o sublime estado que se atinge quando as forças vencedoras são uma pandilha de ladrões e egos, que afugentam toda e qualquer sombra de virtuosismo que os ameace. Para validar, acreditar e merecer a melhor nota, em numerário ou em prova, os elegíveis têm que ser ruins em ambiente viciado, carrancudos ou bem falantes mas, certamente sem valores, incapazes de liderar alguma coisa. Importa o EU supremo, o rabo de palha garante de ser amarrado curto, o espertalhão dos expedientes e das bocas rascas, à imagem e semelhança do chefe, que parece o índio da anedota do cio e da bandeira vermelha. Lambe qualquer coisa por poder e instala o caos, sempre alimentado pela Europa e se deseja uma catástrofe (que se constrói todos os dias com obras) para que venham em nosso socorro com milhões por uma boa temporada de anos ou mandatos. Por cá, somos só o reduto da grandiosa dívida em superavit e a grande e orgulhosa terra que não produz nada, basta ver o peso do funcionalismo público e como cada vez mais se deteriora acumulando inúteis. Nunca vi tamanha encrenca publicitada de sucesso, e o povo bairrista come feito louco de orgulho bacoco.

Bagunça é o desvirtuamento do valor das coisas, da sua natureza, da sua essência, da sua função, da sua tabela de justiça através da escala do mérito. Bagunça é quando a sociedade se organiza por um conjunto de chaves da retrete que se exibem e acham que sentir os outros a rastejar, a meter cunhas ou pressionar para que as instituições funcionem é um acto de superioridade, sobretudo em elites mal formadas, delinquentes, instaladas na selvajaria polida que se eriça quando alguém diz a verdade. É preciso calar a qualquer custo entregando, à praça em berreiro, sempre os mesmos a falar e a dizer como deve ser o futuro ... deles.

A bagunça dá-se quando os conteúdos falsos e de entretenimento, suportados por idiotas inócuos, fêmeas ou machos que até podem nem saber falar são adorados. Pelo oficial e pelo limite da linha vermelha, surgem as narrativas e comentários interesseiros, a projecção dos pagantes ou dos amigos que possam fazer o jogo certo, acantonados para criar a imunidade de grupo, um proteccionismo sem vacina. A terapia adequada e oficializada prevê a aceitação de detentores da linguagem própria que abafa qualquer criatividade ou verdade, possuídos da carta branca e do desplante que martela todo bico de prego. Certamente assessores, oficiais ou não, que já estiveram a fingir na informação e que agora praticam o ridículo da comunicação branqueadora. Todos, garantem a boa notícia para consumo, com o cunho não-clandestino por se organizar numa estrutura pesada e dependente, de contratos e profissionais encartados, pelo dinheiro sujo que já deu a volta, num contexto e estatuto de pedra e cal perante outros que, atentos, lesados e a escumalha do virtuosismo.

Contra os "criminosos", os que não cedem à máfia no péssimo sentido marchar, marchar, sabotadores do status quo que interessa aos instalados, um circuito de elites que não quer cair da área de conforto, sejam eles umas bestas, uns polidinhos sonsos ou uns fingidos.

Mais do que nunca, vivi, vi, estou abismado com a podridão que grassa sem limites ou pudor, em doses cada vez mais cavalares de aceitação, qual sapo em água a ferver, numa impetuosidade e loucura quase total, numa sociedade que não se entende porque aceitou uma matriz de vagabundos e vadios da riqueza, imprópria e indevida, obscena mas ... que garante vénias ocas à sombra do Orçamento Regional. Se és bem sucedido na máfia és um senhor ou uma senhora, o resto é uma bardamerda.

Porque sim, Correio da Madeira sempre e cada vez mais, para ler e escrever, que não se deixe emaranhar por outros tantos e iguais que construíram uma sociedade em bagunça, egoísta e de egos que se está a matar. Todos em bicos de pés numa intensidade que os diferencia mas, com lamento, certamente farinha do mesmo saco.

Sem dinheiro da Europa, tudo isto era uma miragem seca e árida. Basta ver como exigem milhões e como os gerem para produzir pobres, muitos pobres, sem comer na mesa ou de espírito.

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Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 12 de Julho de 2021 07:29
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