Cleptocracia e o espelho dos outros

 

T em corrido muito o termo cleptocracia para o governo da Madeira nos textos publicados no Correio da Madeira, é difícil não aceitar o facto por outra terminologia mais branda, porque refere-se ao sistema de governação que, em vez de buscar o bem comum, concentra-se no enriquecimento de seus próprios líderes ou apaniguados, para os quais tira proveito dos recursos públicos. Repare-se que estamos de consciência que este governo regional é cada vez mais uma certeza no âmbito do que uma suspeição, pois legisla a régua e esquadro, faz Plano de Recuperação e Resiliência à medida dos interesses, abomina fiscalização. maniatou a ALR, só o Tribunal faz o Governo entregar documentos exigidos pela oposição e vá lá se saber que estão manipulados ou forjados. Os apaniguados recebem todo tipo de subsídios, indemnizações, ajustes directos, compensações, etc.

É deriva da cleptocracia a institucionalização da corrupção e do roubo em benefício dos governantes e seus ajudantes de campo, empresas do regime. É difícil não dar com elas em todos os negócios, o que confere por definição do termo, já que o sistema apela ao clientelismo, nepotismo (favorecimento de parentes e amigos de partido em detrimento de pessoas mais qualificadas), autoritarismo (porque ditadura não pode ser senão o ocidente condenava e a Europa cortava as verbas), entre outros mecanismos para saquear o Orçamento Regional, vulgo ORAM.

O sistema democrático não é imune à cleptocracia porque esta desvirtua a natureza da lei e seus objectivos. Por essa razão é que a corrupção e as acções ilegais, apesar de poderem ser registadas em todos os sistemas governamentais, nasceu do nada uma dívida escondida de 6000 milhões e seus "obreiros" estão livres! Assim chegamos a outra característica da cleptocracia, a extensão destas práticas mencionadas, em todas as áreas e como a essência do regime, é transversal a todos os pilares da democracia porque está minada por peões beneficiários de vária monta. É neste jogo de controlo total do que deveria fiscalizar e controlar que garante a impunidade, tão grande que a cleptocracia regional se sente à vontade para gozar, criar outros culpados, salvar claros demissionários e entreter a Justiça com casos menores da mesma maneira que branqueia, usando bodes expiatórios, nas comissões de inquérito da ALR, com conclusões votadas pela maioria absoluta. Concluímos que não há qualquer sector de poder isento de ilegalidades e crime. Se o poder executivo controla o poder legislativo e domina o poder judicial, a cleptocracia pode instalar-se e perpetuar-se. Há quantos anos temos o mesmo partido em democracia a governar? É natural?

Entre as práticas mais comuns de uma cleptocracia estão o desvio de fundos do orçamento (o dinheiro não é usado para o que deveria ser usado) e o aumento dos impostos (o que permite ao governo ter fundos adicionais sem precisar fornecer uma contrapartida directa ... ai o estado da Saúde, por demais evidente). Por outro lado, os governantes que enriquecem costumam contar com testas-de-ferro e contas bancárias em paraísos fiscais para que não seja fácil provar os crimes. É pão nosso de cada dia que ouvimos e lemos na comunicação ainda isenta, sobretudo nacional. Por cá o jornalismo, em larga maioria, aderiu ao branqueamento da cleptocracia e, os ainda profissionais deontológicos da notícia, padecem em silêncio na opressão e assédios, gozados entre "iguais".

Um sistema tão corrompido quanto a cleptocracia costuma causar sérios danos, quase sempre pobres, muitos pobres e dívidas, grandes dívidas. Há algo parecido à Madeira? O roubo e o mau uso do dinheiro público destroem a economia, gerando desemprego. Já ouviu falar dela e do ódio sobre desempregados? São insuportáveis a qualquer cleptocrata, abre-lhe o flanco. Os problemas sociais, por sua vez, não são tratados adequadamente pelos governantes, aliás a pobreza é reciclada para grandes actos públicos pelas elites, vigiada pelos emissários do partido que tomam conta dos subsídios sociais e endossados a uma privatização desta acção da Segurança Social através das Casas do Povo, sedes partidárias. É assim que a pobreza, a violência e outros flagelos se multiplicam.

Ainda cá vamos, olhando para as notícias da África do Sul e da Venezuela mas copiando as pegadas.

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Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 12 de Julho de 2021 15:11
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