Jardim foi ao Cinema


N o dia de Portugal os jornalistas idóneos do Correio da Madeira chegaram cedo à Redação. O Chefe da respectiva informou que tinham sido convidados para estarem presentes nas Comemorações do Dia de Portugal por representarem a única imprensa livre da Região.

Como o protocolo exigia decoro, vieram todos de fatos e gravata e um deles até tomou banho. Logo pela manhã montaram na trotineta elétrica em direção à Avenida do Mar. Já na Rotunda do Infante foram barrados pela Polícia que informou que a partir dali tinham de ir a pé. Acorrentaram a trotineta na estátua do Infante com quatro cadeados e lá desceram a pé em direção ao local das comemorações.

Era um dia memorável e como já fazia calor pararam no McDonalds da Avendia do Mar para comprar um McFlurry M&M's para cada um. O protocolo pedia que os convidados comparecessem às 10 pelo que lá foram nas calmas enquanto lambiam o gelado.

Quando lá chegaram, encontraram João Jardim atarantado com o bilhete na mão à procura da cadeira onde ia se devia sentar. Como os jornalistas estavam de fato, não foram reconhecidos por Jardim, que lhes pediu que o ajudassem a encontrar o seu lugar.

Era o número 188 pelo que ficava mesmo ao lado das cadeiras destinadas aos jornalistas idóneos do CM. Estava estuporado porque, além da cadeira da frente estar ocupada por alguém mais alto, tinha-se esquecido dos óculos e não conseguia ver bem dali, foi uma oportunidade para os jornalistas se ofereceram para ajudá-lo na sua miopia crónica.

As comemorações do Dia de Portugal começaram às 11H00, seguido pelos habituais discursos e, sem demoras, João Jardim perguntou quem era aquela gaja que estava a discursar. Ao que os jornalistas informaram que era a Dra. Carmo Caldeira que presidia à Comissão Organizadora das Comemorações. João Jardim arregalou os olhos e deu uma gargalhada acrescentando que no tempo dele nenhuma mulher presidia a coisa nenhuma.

Com a passagem da parada militar, João Jardim levantou-se, semicerrou os olhos e perguntou o que eram aquelas bandeiras que aquela gente trazia, ao que os jornalistas responderam que eram as bandeiras do PSD, o que o fez sorrir de felicidade.

Meia hora depois, levantou-se outra vez, apontou para o mar e perguntou que barco cinzento cheio de fumo era aquele, ao que os jornalistas responderam que era o novo Ferry para Portimão, provocando a ira de Jardim porque “o sacana do Miguel tinha conseguido finalmente cumprir uma promessa”.

Quando terminaram as comemorações, João jardim visivelmente satisfeito com a organização, comentou com o jornalista que aquilo foi melhor do que a “Idade do Gelo” que tinha ido ver com os netos e, convidou os jornalistas para irem tomar uma poncha, como forma de agradecimento pela ajuda.

Aproveitemos enquanto não descobre os óculos ...