O JM está de parabéns, foi à fonte e não comeu mastigado.


A aviação está para Eduardo Jesus como as ribeiras e contas certas estão para Pedro Calado, e então agora que temos uma dupla de Jesus, a mesma que "secou" o ferry para o continente na versão aviação, é provável que tenhamos muitos tiros de pólvora seca. Sobretudo aqueles que se apoiam em programações de voos para "agourar sucesso" e que ignora que tudo se ligado à evolução da Covid-19. Não nos esqueçamos que a dupla Jesus na aviação foi autora do Subsídio Social de Mobilidade Aérea com a respectiva carestia das tarifas, era melhor do que Açores e Canárias, quiçá do mundo.

Eduardo Jesus pode arranjar os selos que quiser de "Clean & Safe", os turistas batidos irão saber sempre que afinal a Madeira está com os piores resultado da Covid-19 do país, esse que agora dava muito jeito diluir na Madeira, em contraponto a outras vezes que operaram soberba e falta de solidariedade. É uma lição que talvez ainda não aprenderam, que a disponibilidade e a fiabilidade nos programas da aviação valem mais do que selos entregues à sorte da oportunidade aérea.

É preciso entender outra coisa que nem rezando a "Jesus ao quadrado" vai dar certo, no contexto da aviação actual, as companhias precisam de facturar, precisam de certezas e rentabilidade, não precisam de despesas acrescidas. É uma questão de lógica, você recomeçaria a refazer negócio com apostas certas para arranjar o conforto de um pé de meia, para segurar despesas fixas e dívidas, ou apostaria em destinos complicados com percentagens elevadas de insucesso na operação, marcada por um intenso historial de inoperacionalidade sem plano de contingência genuinamente valido?

Tanto é preciso competência para se saber as prioridades como, do pouco dinheiro para publicitar o nosso Turismo, saber usá-lo no momento crucial, bem fundamentado por gente que acompanha a realidade nas origens do nossos fluxos de turistas. Não creio que, apesar dos créditos que sempre propagandeiam nos escolhidos para os tachos, que haja gente a saber analisar verdadeiramente os mercados. E sem me alongar, basta ter a coragem de, a cada momento, comparar o que as mesmas companhias fazem com as Canárias. Sem títulos comprados, são mais eficazes, astutos e apostam em trazer turistas em vez de contentar a opinião pública local, com permanente pavoneio na comunicação social. Quem trabalha sério não anda todos o dias na comunicação social, nem tem tempo e aborrece o foco. Quem já viveu a aflição do tempo curto e a prioridade de consubstanciar o sucesso sabe disso. Demasiada exposição na comunicação social é cobertura a falhas de gestão.

Precisamos de uma remodelação completa no nosso Turismo, secretário, direcções regionais, técnicos especialistas e organismos da tutela, como a APM. A pandemia não é responsável por tudo, há demasiado "tentativa e erro" fruto de quem não domina. Há demasiado foco em tretas e distracção no essencial. Não me cabe a mim enumerar porque não tenho esperanças neste Governo que não muda um modelo económico e que se cristalizou nos tachinhos que cobrem tachinhos e, se desmontar uma peça, é um "ai Jesus" porque começam a caça das bruxas e à exposição de rabos de palha. Assim se cria a inércia no nosso Turismo,

Ávidos por sucessos, continuaremos a assistir, em todo o GR e não só no Turismo, a tiros de pólvora seca, anúncios não consubstanciados ... como os apoios.

Eu gostaria de acreditar que esta é uma nova postura do JM, com brio profissional no jornalismo e não a atender à política. Para já os parabéns ao JM por não ter comido mastigado da única fonte mastigada para uma narrativa.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 30 de Março de 2021
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