B om dia a todos, escreve um munícipe não militante ou simpatizante de qualquer partido, que odeia política, que vai variando o voto conforme as eleições. As eleições autárquicas são as que voto com mais vontade porque, apesar de ser um pequeno poder, pode-se facilmente falar com um Presidente de Junta, chama-se proximidade, entre eleitor e eleito, não se deposita um voto e depois acontecem coisas mirabolantes que não são nada do que queremos.
Ando a apreciar o actual Presidente da CMF e futuro candidato, para já, apesar de tender a receber o meu voto, por exclusão de partes, porque o sistema com Calado absolutamente NÃO, vejo situações que não me inspiram confiança e são um contra-senso.
Vamos a factos, Miguel Silva Gouveia é diferente de Paulo Cafôfo mas se cometer os mesmos erros vai obter a mesma catástrofe. Qual é a lógica de ser independente e os eleitores estarem fartos de partidos com gente incompetente à procura de emprego, e fazer uma coligação com 6 partidos? Com certeza pensam que amealhar pequenos partidos soma votos num concelho onde cada voto conta, a margem é pequena para obter a Presidência mas, como já vimos, acaba tudo entalado na Assembleia Municipal. É a mesma táctica do PSD, moribundo, com CDS, PAN, Chega e outros sonsos como o Roberto Vieira, ou de oposição que é mais contra a outra oposição do que contra o PSD.
Vamos colocar duas folhas de papel, lado a lado, uma câmara e outra assembleia municipal, vamos nos pôr na pele de Miguel Silva Gouveia para escrever nomes para compor as listas. Por onde começamos? Naturalmente a distribuir tachos pelos coligados, a primeira opção não é satisfazer o município com bons quadros mas sim os partidos. Reparem que os partidos poderiam ter bons elementos e esta análise não seria válida mas, não é assim. Os partidos desertificaram de gente útil, capaz e decente.
Se nas duas folhas de papel teremos 6 partidos a lutar por lugares, a sua feitura é um inferno, e assim que algum obtiver mais valias do que o outro começam as confusões estéreis que não dão votos. Há partidos que se assemelham a empresas familiares, existem em função da oportunidade que criam aos escassos dirigentes e não mobilizam ninguém.
É um erro o principal candidato independente se emaranhar em partidos, é um contra-senso, é um caminho errado, porque existe outro! Então não vai um independente aproveitar essa mais valia tão em graça dos eleitores para ir buscar valores à sociedade civil? Essa tão marginalizada e ostracizada que está divorciada da política? As eleições têm vencedores mas da penúria eleitoral, olhem para a abstenção, gente que não se mobiliza pelo que vê.
O cariz independente de Miguel Silva Gouveia está a ser queimado até que novos elementos surjam. Para já, é uma candidatura que não percebe a utilidade de ser independente para ir buscar gente qualificada e credível, que vale muitos mais votos do que partidos "familiares" de escassa monta. Novamente, um independente cai no erro dos partidos quando a eleição permite grupos de cidadãos. É um momento de chapada de luva branca perdido.
O voto no independente Cafôfo não se repetirá com Miguel Silva Gouveia porque o eleitor ganhou experiência sobre uma atitude interesseira não alinhada com os eleitores. Ser independente é igual ao litro com o apoio do PS + 5 a infiltrar os seus. E como já sabemos, o eleitorado não perdoa Cafôfo por ser um nabo que não vence em teatro tão favorável. Onde anda o PS nesta crise medonha? Está à frente dos obscenos Albuquerque, Calado e PSD? Não!
Miguel Silva Gouveia é incomparavelmente melhor gestor e pessoa do que Pedro Calado mas as equipas contam e os eleitores podem não se entusiasmar a ir votar nele, se nas listas se perfilarem inúteis que repetirão a vereação que Cafôfo deixou de herança. Miguel Silva Gouveia está a queimar a conjuntura favorável tal qual Cafôfo. Só falta o "furão" maquiavélico do Calado se fazer de "independente" e conseguir uma equipa de gente credível apartidária que atenue a sua imagem. Porque para ele não importa como ganha, ele quer é ganhar e a historia está escrita.
