P rometer, à vista de todos e perpetuar em vídeo, é uma negação possível aos sem vergonha, que com tremenda lata conseguem retirar o prazer sádico de tentar reduzir os outros a estúpidos. Estou para ver se as pessoas escutam e vêem para se lembrar depois em eleições ou se tudo isto é feito por políticos que contam com a curta memória das populações. A intervenção do senhor Pedro Calado na nossa Assembleia é deplorável. Venho aqui contradizê-lo e mostrar as suas lágrimas de crocodilo.
A Madeira, como sempre, construiu um "mais, melhor, bom do mundo" terminal de passageiros na Pontinha. Conceberam a construção e a estética mais inoperacional de entre as inutilidades despesistas do Povo Superior. Em relação ao passado, conseguiu matar toda a actividade económica no edifício, afastar os funchalenses da sua Pontinha, construir um bar impraticável com vista para o alcatrão, o tal que embevece tantos nesta ilha, quando havia uma espectacular vista para o anfiteatro do Funchal. A manga nunca funcionou, mal encomendada, uma fortuna de 3 milhões a par dos "jardins suspensos" da Pontinha, galerias suspensas que tapam toda a vista para a cidade e não servem para "corno".
A esta estrutura e para prestar vassalagem ao senhor Sousa, colocou-se a administração mais incompetente de todos os tempos, excelente para Pedro Calado se pavonear como que investido também do cargo de Administrador da APRAM. É uma alegria para este tempo de candidato à autarquia funchalense.
Durante todo este tempo, um oficial de segurança da APRAM tratava mal muita gente, de cruzeiristas a comandantes, de pilotos de rebocadores a funcionários da entidade, de tripulantes a fornecedores locais, de taxistas a condutores de autocarros de turismo e durante muito tempo escorraçou essa raça maldita chamada de funchalenses da Pontinha. Até que se ofereceu à Nini e às elites um restaurante e aí, tolerou-se os pata-rapadas para dar espaço e estacionamento ao Povo Superior. O porto foi espalhando má fama, nas companhias, nos grupos de companhias, na comunidade de agenciamento. Ninguém falava nem nenhum superior metia a besta na ordem.
Com uma lota caduca, a atrair gaivotas atrás do peixe nas embarcações, na descarga e a pousar em todo sítio a observar a oportunidade, elas, com licença, cagavam para tudo e todos. O Presidente do Governo investido em quero, mando e posso, disse que queria outra lota nova no mesmo lugar, lugar do ferry que prometeu, e manteve o problema, nunca acto registado na extensa lista de estupidez dos seus mandatos.
No Cais Norte, depois de funchalenses bandidos da Pontinha, com hotel entalado, tentou-se tornar o local privado com a colocação de portas para a plebe não entrar e ceder um recreio ao hotel. O levantamento foi tal que começaram a perceber que o pessoal estava farto e de pêlo na venta. Mas, toda a estrutura do cais Norte estava já desvirtuada, não assistia aos cruzeiristas dos navios. Quando meteu o hotel no Cais Norte, ele, seus amigos do PSD e as bestas das redes sociais a seu mando, pintaram que eram poluidores, cheios de turistas de pata rapada que não vertiam nada na economia da região, que pura e simplesmente eram uns predadores da ilha. Nesse tempo, uma cisterna de localização ilegal foi instalada num "quero, mando e posso" demasiado perto de navios, o desastre espreitava, a muito custo, um dos abusadores da terra acatou. Aniquilada a obra original por todo tipo de interesses, percebeu-se o erro, sobretudo com turistas em cadeiras de rodas a subir a rampa íngreme. Como todo erro e catástrofe se resolve com obras, nasce um telheiro de zinco para os patas rapadas ao lado, conseguindo ofender um filho maior desta terra com uma ruela que cheira a peixe. A lota tem mais luxo que o terminal de segunda linha. Interessante aposta para quem agora verte lágrimas de crocodilo por cruzeiros.
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Pelas contas e ideologia macabra do senhor Calado para o ferry Madeira - Continente, a linha do Porto Santo deve se extinguir e então a APRAM das "injecções" muito mais, muita perca. Para ser coerente tem que fechar tudo o que dá perca. |
Tempo houve que neste desfile de loucos, num carnaval com todos os secretários deste governo, o visionário do Turismo quis meter um museu da automóveis clássicos nas catacumbas perto do salitre. Deve ser um conceito novo de preservação da chapa, como se fazia antigamente com a carne quando não havia frigoríficos. Foi mais um desmando, quiçá no porto mais mal administrado da Europa, que não se consumou.
Mas obras nunca param, nem nunca se emendam. O Cais 8 continua a fazer proezas negativas. Os desassoreamentos são cada vez mais frequentes e serão mais ainda. As ribeiras ampliaram os problemas em paralelo com o Cais 8 no interior do porto e agora, porque dá uma despesa medonha (é o que interessa) querem ampliar a Pontinha tendo um currículo que não liga a ninguém e soma erros.
A Marina é o parente pobre, vai-se remendando mas é outro local que vai semeando má fama no relacionamento da ilha com os viajantes de iate que preferem, naturalmente, outras paragens bem mais baratas e educadas. Quando já escasseavam cruzeiros, o disfarce recaiu na aposta em iates, agora não temos absolutamente nada de registo e somos mal vistos por erros de construção, preços e trato.
Pedro Calado, só ontem na Assembleia descobriu que os cruzeiros davam muito dinheiro à região mas, durante todo este tempo, nos dois mandatos de Miguel Albuquerque, fizeram tudo para afastá-los da Madeira e conseguiram! Fechar o porto e banir navios no início da pandemia foi a machadada final. O que ele não diz é que a par disto estão mesmo casados com o Sousa, com todo tipo de jogadas, e que importa colocar isto raso e barato para lhe oferecer.
Alguém conseguia fazer pior? É impossível! Entretanto, ilude-se o povo com títulos, como no turismo. E com este contexto de porto de cruzeiros no Funchal, extingue-se maldosamente o ferry Madeira - Continente e finge-se cumprir uma promessa eleitoral no porto do Caniçal. Quanta mentira e desgoverno. O que se vê é que as gaivotas continuam a assistir e devem se rir.
