“Eu tenho dois amores, que em nada são iguais, mas não tenho a certeza de qual eu gosto mais”, é um dos versos do sucesso que Marco Paulo cantou e que ficou na memória de todos nós, tornando-se num hino ao estado política regional atual.
Preparemo-nos porque isto daqui para a frente vai-se tornar hilariante. O PSD-Madeira leva para a cama o CDS mas tem um casquinho com o CHEGA, e como mulher séria não tem ouvidos, o CDS continua a fazer a sua vidinha acreditando que o seu parceiro é fiel.
Estamos todos a tapar o sol com uma peneira e acreditamos todos no que André Ventura diz e representa. Não tenhamos dúvidas que o voto em André Ventura foi um voto de protesto e até no limite se possa considerar um voto homofóbico e xenófobo.
Alguns mais radicais votaram André Ventura como voto de protesto contra os ciganos, contra os pretos, contra os criminosos e, no nosso caso, essencialmente contra os imigrantes venezuelanos, o que faz do povo madeirense um povo racista e xenófobo. Embora os Sociólogos possam ter uma explicação para isto na realidade somos uma terra de emigrantes que odeia imigrantes.
Mas nem todos os votos no CHEGA de André Ventura foram xenófobos, outros mais ingénuos votaram porque acreditaram que ele era o homem certo para por um fim definitivo na corrupção, no compadrio e no tráfego de influências, práticas bem conhecidas dos partidos políticos que nos governam, ou seja, julgaram erradamente que o CHEGA é um partido que não gosta de partidos.
E a primeira questão que se coloca pelo comum dos mortais é perceber como é que um partido que defende o indefensável vai-se coligar com um partido como o PSD-Madeira, que se diz liberal e democrata. Por amor?
Como é que se aceita que um partido que defende a castração dos pedófilos vem agora dizer que só é considerado pedofilia se a vítima tiver menos de 14 anos? Aos 15 anos a criança já pode ser violada e sodomizada porque é legal? O que pensa Albuquerque sobre isto?
Na política é tudo mau teatro e não é preciso ir muito longe porque nos Açores isso já aconteceu! A coligação PSD/CDS/PPM governa nos Açores com o apoio parlamentar do CHEGA e este já veio mostrar que tem a faca e o queijo na mão, isto é, quem mexe as marionetas do governo açoriano é o CHEGA. E como exemplo, para satisfazer todos os interessados, o novo Governo Açoriano é o maior de sempre com uma Vice-Presidência, dez Secretarias Regionais e imagine-se até uma subsecretaria que ninguém sabe muito bem o que é e para que serve.
Esquecendo o exemplo dos Açores, a estratégia do PSD-Madeira é ter alguém à sua direita para o caso de ser preciso, seja ele o CDS, o CHEGA, ou o que quer que seja, que lhe permita garantir uma maioria governativa.
Por incrível que pareça, Miguel Albuquerque veio hoje pedir respeito pelo CHEGA quando o silêncio seria a melhor estratégia. Não há ninguém no PSD que diga para o homem se conter? Como vai o PSD-Madeira explicar ao eleitorado venezuelano imigrante que se vai coligar com um partido que não os quer cá.
E qual é o papel do CDS-Madeira no meio de tudo isto? Que é feito da hombridade dos homens de direita? Ou vão o PSD-Madeira e o CDS mentir outra vez ao eleitorado e depois coligar-se com o Diabo?
Como diz o povo, o corno é sempre o último a saber!
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