O surrealismo passou a real

 


C onforme passam os dias, ganho a certeza de que muitos dos que têm emprego seguro usam o tempo laboral para tontices e politiquices, enquanto os que andam na economia real e tudo aguentam, pertencendo a uma classe média que se afunda, por nunca serem coitadinhos e domáveis para o voto, vão desaparecendo por entre injustiças que salientam e cuidam incompetentes ou vadios mas, condenam a massa critica de valor que poderia nos recompor.

Eu olho para a comunicação social e parecem tão encurralados a zelar pelo estado de graça neste momento de grandes contingências. Para quem trabalha, encara e ouve, chego a pensar que fazem grande esforço para não deitar cá para fora a verdade. Do drama laboral, social e humano, do básico para a dignidade humana. Os anúncios parecem tão inatingíveis e recebemos sempre uma negação, eu já não sei quais as péssimas condições que devo ter para ser elegível.

Fico a pensar se serei o único anormal ou se uma boa parte da sociedade, mesmo que não possa falar, se está imbuída do mesmo espírito de que qualquer dia não dá mais para aguentar e tolerar. A mim parece-me que não temos estratégia a não ser esperar por dinheiro, que o Covid acabe e que tudo se resolva naturalmente. É como ter doença sem qualquer acção médica. Não se entende como existe tanto tempo para preencher a comunicação social com uma agenda se tempo houvesse para acudir às crises na crise. Com certeza é o monstro que, se bem que ineficaz, reza pela primeira ordem de cada dia e pela manutenção do emprego mas, sobretudo dos rendimentos pornográficos que muitos auferem sem valer. Não há humanidade nem amizade, há interesse nos que têm poder e contra aqueles que são proscritos.

Tudo isto está errado mas existe um silêncio ensurdecedor que cala cada um por alguma benesse, um arrastar de asa ou compra mesmo. Parece impossível que tantos a não ver solução, tolerem este grupelho de fingidos do poder que não governam.

Não quis ofender ninguém mas quis fazer saber o que penso. Parece que neste ambiente, até para escrever em anonimato é preciso coragem. Ninguém fala nem atira para a primeira pessoa, que sociedade de medo estamos a construir?

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Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 20 de Outubro de 2020 11:41
Todos os elementos enviados pelo autor. Ilustração CM.