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Exmo. Senhor Presidente do XIII Governo Regional da Madeira,
Dr. Miguel Filipe Machado de Albuquerque
Excelência,
P or não termos muito em comum, além da idade, e do facto de sermos ambos casados e pais de filhos, saiba que apenas por respeito pelo cargo que ocupa irei trata-lo simplesmente por Excelência.
Sou um madeirense, igual a tantos outros, que trabalha mais de 12 horas por dia, paga os seus impostos e que não tem quaisquer dívidas, nem à Região, nem ao Estado Português. Confesso que até sou um privilegiado, pois tenho várias empresas e emprego outros tantos nossos conterrâneos, e para que fique claro nenhum dos meus colaboradores ganha menos de 930€ mensais e ficou sem ordenado na pandemia do COVID-19.
Saiba V. Excelência que não optei por qualquer apoio do seu Governo e suportei do meu próprio bolso os custos e as perdas de faturação, pagando a tempo e horas, todos os meus colaboradores.
O meu nível de vida permite-me tirar férias nos lugares mais paradisíacos da Terra, desde o Bali, à Terra do Fogo, ao Alasca, passando por Cuba. E foi em Cuba, mais precisamente em Havana, que vi um povo acorrentado vítima do comunismo e onde, imagine só, as manifestações são proibidas.
Em Cuba dança-se o Rumba, e na Madeira o Bailinho, e a grande diferença entre as ilhas é que, ao contrário de Cuba, a Constituição Portuguesa garante aos cidadãos portugueses o direito de reunião e de manifestação pacífica e sem armas, mesmo em lugares abertos ao público, sem necessidade de qualquer autorização.
Por isso deixe-lhe que lhe diga que fiquei chocado com o comentário arrogante e pejorativo que fez quanto ao número de manifestantes do protesto contra o asfaltamento da estrada das Ginjas. Excelência ficou feio, muito feio para um governante.
Excelência fossem dez ou apenas uma pessoa, não lhe reconheço o direito de ser arrogante e de se comportar como um menino malcriado porque isso só lhe fica mal. E se ainda não percebeu, saiba V. Excelência que na arrogância perde-se votos e na humildade além de votos ganha-se amigos.
Excelência, o seu exemplo infeliz só distancia os eleitores dos eleitos pois em caso algum os eleitos não têm mais direitos que os eleitores, e se V. Excelência foi eleito, deve-o a um, a dez, a vinte, ou a milhares de pessoas que acreditaram em si, por isso respeite-os a todos, cresça e seja o presidente de todos os madeirenses, e nunca se esqueça que, por um voto se ganha, e que por um voto se perde.
E depois disto tudo, estou convicto que V. Excelência é apenas uma criança a quem deram um Governo para brincar.
PS: Quis assinar este texto, mas a pedido de alguns colaboradores meus optei pelo anonimato, mas fique sabendo que eu também não me assusto.
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Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 16 de Setembro de 2020 16:12
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