A realidade das elites impõe-se

 

O lucro identifica-se depois de somadas todas as despesas, caso fique algum remanescente disponível. Investimento é todo aquele feito para provocar lucro ou mais valias. Se há coisa que os gestores públicos da Madeira não entendem é estes conceitos básicos. Não precisam de dar qualquer cavaco sobre os resultados. Aliás, dar muita perda até parece sinónimo de muito trabalho, satisfação, "estás de parabéns". Não porque o reconhecimento seja sincero mas porque permitiu que alguém facturasse e vivesse de luvas, que alguns viagem de borla ou vivam como lordes com bens públicos. Há até um caso que comprou ou vai comprar uma embarcação para a sua instituição (que não precisa) para assim poder desfrutar aos fins de semana, abusando do seu poder. A Europa tudo paga, até que acorde para estes monstrinhos chulos.

Temos um território curto, as montanhas dominam uma grande porção de terra não apta a urbanizar. Do que fica, encaixamos um aeroporto no lugar onde todos dizem ser no melhor espaço que temos, o que mostra quão difícil é a organização do território. É difícil ou impossível melhor porque a cada PDM a voracidade ataca e ninguém respeita as ideias anteriores. Os PDM adaptam-se aos interesses, como as orgânicas às pessoas. A propósito, parabéns Rita.

Temos uma particular mania por campos de golfe, como se a população fosse toda do Jet7 ou fosse mais popular do que Futebol ... ou "Basebol". Que tal fazer render os espaços com as minorias? Então se há tanta a solicitação porque não são rentáveis e auto-suficientes? Porque é que com tanto uso turístico o do Porto Santo ficou em "ervário" para burros? Porque mais campos?

A verdade é esta, não temos tantos terrenos disponíveis para campos de golfe, para quem quer investir em agro-alimentar, como diz hoje o GR, é um pecado o que vão fazer na Ponta do Pargo. Não temos economia para sustentar os prémios dos "Open da Madeira" e voltamos à fórmula onde o dinheiro público constrói as infraestruturas, oferece a privados, paga a manutenção de campos, paga os prémios, paga os custos fixos ... afinal temos "empresas públicas" em mãos de privados para usufruto sem qualquer responsabilidade.

O Golfe é neste momento capricho de elites que todavia não desceram à terra para as prioridades da Madeira. Vivem no seu mundo quando há tanta falta de dinheiro em serviços públicos, desemprego e com o RSI necessariamente a crescer. O Open da Madeira é um novo fingimento no Turismo, investe-se sem retorno, mais uns que vão gozar umas férias à disputa de um prémio, como os artistas que por aí surgem e se cobram a dizer bem da Madeira mas ... o turismo não aparece e 68% dos hotéis estão fechados. As políticas são sempre as mesmas e não resultam.

O PSD compra eventos como compra votos, precisamos de mudar e estar nos centros de decisão. Tem que dar lucro!

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 9 de Setembro de 2020 14:36
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