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É pensamento antigo aquele que nos diz que, em momentos de exigência, se vê a qualidade das pessoas. Eu diria que há outras circunstâncias mas esta acerta em cheio. Até a palavra "externato" encaixa na perfeição, ou seja, tudo o que seja da porta para fora não têm nada que ver com os assuntos internos. Será que é bem assim? Quem provocou a concentração?
Até acredito que tenham pensado em como abrir o ano lectivo, entre portas, com alunos e professores, de modo a que a comunidade educativa mitigue a sua exposição ao Covid-19 mas, promovê-la na rua é potenciar que o vírus entre. Não podem evitar a circulação a menos que voltemos às aulas à distância.
Nestas situações observamos muita coisa, o medo de que o chico-espertismo se enfie nos intervalos dos distanciamentos sociais, a falta de sensibilidade para o momento que se vive, que está a eclodir a segunda vaga e que vamos (abertos ao turismo) apanhar com ela. Sinceramente, com o que se vê dia-a-dia, o Covid-19 vai surpreender-nos, a larga maioria das pessoas não sabe usar a máscara e outros não usam. Nós não vemos televisão nem aprendemos com os outros, queremos mesmo passar por problemas graves para nos consciencializarmos e aí ter medo.
O senhor secretário disse que estava tudo preparado para a abertura das escolas, falhou máscaras e refeições, as escolas privadas são quase totalmente financiadas pelo erário público e deixá-las com liberdade não é aceitável se "paga". A secretaria anda a esconder que faz turmas grandes em salas com pouca ventilação, que quer combater a propagação do Covid-19 com os mesmos professores e a reduzir espaços (ler este artigo). Que as próprias escolas não foram construídas a pensar na situação e que muitas vezes vai funcionar o "se possível".
As escolas terão a mesma função do Turismo, propagar vírus. É verdade que a economia não aguenta mais paragens, estamos num dilema entre a morte da economia ou a nossa própria exposição à morte. Resta ter bom senso e acatar as regras de distanciamento e protecção pessoal. É o mínimo que podemos fazer. Rezar não é suficiente, um terço no retrovisor não habilita à condução, muitas vezes mostra-nos de quem fugir.
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