Nota-se desânimo e deixa andar no turismo

Correio da Madeira junho 15, 2020

Há pouco mais de um ano participava neste evento, hoje parece karma.
Do desejo à realidade!

A ndo a notar que estes empresários ou são todos escolhidos a dedo ou têm muito medo de falar. Todos constatam, aceitam e não sugerem nem criticam o GR. Simplesmente acatam o que lhes cai em sorte. Estão conscientes de que isto vai ser muito mau, para haver luz em 2021 mas, mais certo, para alguma regularidade só em 2022, Têm investimentos e dívidas feitas e estão calmos. Impressionante.

Se por um lado pode ser pelo autoritarismo regional, que ainda pode piorar a situação de cada um, pensar que possa ser apatia com tudo o que acarreta, falta de entusiasmo e de clara falta de emoção, motivação ou entusiasmo, estamos então num silêncio tenebroso. As conferências muitas vezes é um despejar de teoria, ter um case study mudo é incrível, como este que estamos a viver.

Esta atitude de deixa andar, um estado de indiferença, no qual os empresários não respondem aos estímulos denota um ambiente de depressão colectiva. Quem anda pelo Funchal suspeita bem disso, um estado letárgico teleguiado à espera de que algo aconteça ou decidam fechar portas. Já vamos vendo papéis nas montras com razões evasivas.

Para mim, é particularmente sufocante esta sensação de não se importarem com nada porque bateu no fundo. O que podem fazer entalados entre o Covid, o GR, a banca e a falta de apoios e turismo? São estas pessoas que estão a ver os apoios que não chegam que ainda vão, por via dos impostos, aceder mais uma vez ao Novo Banco a pedir mais dinheiro?

Acho que o Governo Regional está-se a meter demais nas limitações neste momento que se pretende de abertura, por costume de tudo querer controlar. Exija-se condições de entrada com testes feitos e mais nada. É que as variáveis são tantas que a ideia do GR pode ser perfeitamente inútil mas está a trabalhar a montante na cabeça de operadores e companhias aéreas para não "abrir a Madeira".