A tasca e a política


A agenda de Miguel Albuquerque nas comemorações oficiais do 25 de abril demonstrou a necessidade de se fazer valer a máxima: "à política o que é da política; à tasca o que é da tasca". Confundindo papéis e sem qualquer noção institucional, o líder do PSD-M preferiu ir beber uns copos ao final do dia nas barraquinhas da ExpoTropical a comparecer de manhã na cerimónia oficial dos 50 anos do 25 de abril.

Já há algum tempo que Albuquerque está em modo "eleitoraleiro", numa linha em que o institucional só vale se for convertido em votos. Foi o que ele próprio quis dizer em congresso, quando afirmou que os madeirenses não queriam saber do que se estava a passar na sala de congressos, resumindo as suas preocupações à "vidinha" (levar os filhos à creche, ir para o trabalho, apreciarem o fim de semana). 

À falta de inaugurações públicas, vai a tudo o que seja abertura pequeno e médio negócio e a beberetes, do vernissage ao rali barraca (com predominância para este último).

A sua política é a do "cuomer e o buober", lançando umas anedotas e umas tiradas, numa atuação para o café ou para a tasca.  Tem se acompanhado pela secretária da agricultura, que assume a versão tasqueira do "ah rapaz! na te metas cua'migo", enquanto se, dá umas palmadas nas costas ao companheiro de copos e protesta sobre o que leu no facebook.

Diram alguns que é o povo como ele é, fazendo uma caricatura grosseira do madeirense, resumido a poncha e espetadinha. Ora, nem a Madeira se resume à tasca, nem é bom para a Madeira que o caminho seja o da ginja e o turismo do pé rapado que emborca.

Já seria tempo se sermos nós madeirenses a pormos um ponto final nisto, separando as águas (se estou a beber uma poncha descansado, agradeço não ter cá políticos por perto; e quando quiser beber uma poncha é melhor na ir aos eventos dos partidos, porque ainda vai sair cara - como disse o economista "não há almoços grátis"). Foi o que aconteceu no parque de Santa Catarina, na noite de dia 24 de abril, em que dissemos que não estávamos para aturar discursos, muito menos apropriações pelo PSD-M e por uma presidente da câmara cujo cargo lhe saiu na farinha amparo.

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 26 de abril de 2024
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