O dedo do meio de Rui Rio


A inda nos vamos rir disto tudo. Rui Rio provavelmente vai ser eleito primeiro-ministro de Portugal e o PSD-Madeira ainda vai chorar com isto tudo. Rui Rio não é de ceder a chantagens ou de dar água a pintos porque sabe que, se ceder a chantagens dos eventuais votos dos deputados da Madeira, corre o risco de queimar definitivamente a sua imagem a nível nacional. Ninguém quer encarar a nossa imagem lá por fora mas é esta, cá se fazem, lá se pagam. Por isso é muito provável que Rui Rio faça o dedo do meio às reivindicações da Madeira. Será que com Rui Rio vamos ter mais dinheiro para o novo Hospital, juros mais baixos, mais Autonomia e o famigerado Ferry? Duvido!

A última esperança do PSD-Madeira é que Rui Rio não consiga negociar nenhuma maioria absoluta sem os necessários deputados da Madeira e, por isso, esperemos que a eleição corra bem para o PSD-Madeira.

A sensação que fica para o eleitorado dos círculos eleitorais mais pequenos é que o número de possíveis eleitos não vai alterar nada numa eleição dominada pelos grandes círculos como Lisboa e Porto que elegem 38% dos deputados. Se adicionarmos Braga, Aveiro e Setúbal temos que estes cinco distritos elegem mais de 60% dos deputados, o que é um fator de desequilibro da democracia das Regiões mais pequenas.

Em termos eleitorais, não é nada estranho que o PSD-Madeira não esteja preocupado com a abstenção. O PSD-Madeira sabe - melhor que ninguém - que quanto maior a abstenção, maior será a percentagem dos seus votos. Sabemos que o eleitor PSD é religiosamente fiel ao partido enquanto os votos na oposição têm uma grande percentagem de votos de protesto que, por falta de alternativas credíveis, optarão por ficar em casa com a justificação da pandemia. 

Se juntarmos ao voto de protesto, o reconhecimento de que a maioria dos deputados madeirenses vai passear para Lisboa à espera de uma reforma choruda, então é de esperar uma abstenção recorde acima dos 65%. 

Mesmo com um lote muito mau de deputados dos dois maiores partidos, mas perante o cenário provável de uma abstenção recorde, os partidos mais pequenos sabem que não têm qualquer hipótese em círculos eleitorais pequenos e por isso só vão a eleições para marcar território.

Com a esperada abstenção na Madeira, o PSD deverá eleger 5 deputados e o melhor é que Miguel Albuquerque - mesmo com apenas 22% dos possíveis eleitores - chamará a si uma vitória "arrasadora" para colocar-se numa posição imbatível para o congresso de fevereiro.

A conclusão divertida que se tira disto tudo é que se Rui Rio ganhar, os grandes derrotados serão a Madeira, o Partido Socialista e Alberto João Jardim, que verá o seu maior ódio de estimação, Miguel Albuquerque, ser outra vez o líder incontestável do seu querido partido.

Enviado por Denúncia Anónima.
Quarta-feira, 26 de Janeiro de 2022
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