O ciclo da corrupção

 

Quando a corrupção se generaliza, o acto parece normal entre iguais e
nascem os que são considerados tontos por não aderir.

D epois das eleições autárquicas, muitos daqueles que se consideram vencidos (mas não perdedores), avaliam o que significa a votação que se viu. Sobretudo no Funchal. Depois de muitos reclamarem da corrupção e o ambiente que se sente na Madeira, ficou a sensação de que uma copiosa parte se vendem, o facto foi evidente. Uns disfarçam, outros são descarados. Mas também há oposição perdida do foco, são do contra mas beneficiam a corrupção. Nalguns casos a família também beneficia.

Perguntas:

  • As pessoas vendem-se e essa maioria tem influência no resultado das eleições?
  • Os partidos sucumbem aos interesses pessoais e vergam-se ao partido do poder?
  • Há desinformação?
  • Há arrogância na oposição?
  • As pessoas não querem saber de rigor mas sim de promessas mesmo que falsas?
  • Ganhou a divulgação de ideias suportadas na Bazuca?
  • O madeirense gosta de obras físicas, betão e alcatrão, mas não valoriza a obra social e o aumento do seu rendimento?
  • São ignorantes ou sadomasoquistas enveredando pela teoria esclavagista?
  • As pessoas votam na notoriedade independentemente da idoneidade e fiabilidade?
  • O controlo das pessoas por meios e bases de dados publicas, ao serviço do partido do poder, é uma concorrência desleal? Crime é.
  • A pobreza provocada pelo regime é uma fraqueza que gera dependência ao mesmo regime e a respectiva manobrabilidade eleitoral?
  • O total controlo da comunicação social acaba por fazer campanha ao poder e ter influência no resultado?
  • As pessoas perderam o carácter porque cedem ao cansaço de ver a corrupção vencer?
  • As pessoas são necessitadas e vendem-se por pouco?

Passado o acto eleitoral, de facto um termo usado desmonta muita coisa: sonsos. Muitos acham que nada está a conferir... houve muitas pressões para não cair a única hipótese de renovar o regime? Reparem que se a oposição não se vendesse o PSD estariam em maus lençóis. Se há sonsos também há traidores na sua função. "Independência" não existe, só um jogo de cintura, o politicamente correcto, a verborreia cínica para abafar as falhas de carácter. Há que disfarçar a falsidade porque dificilmente algum madeirense se vai exprimir concordando com a corrupção. Mas na atitude é outra coisa? Os corruptos trazem as pessoas à lama e acusam incessantemente para disfarçar, isso atenua o desconforto da corrupção? Muitas vezes atribuem aos outros o que são e parece que a mensagem passa bem pelos imensos sonsos que só querem saber de si e não do colectivo. Frases como “são todos iguais” são perigosas. O mais impressionante desta dialéctica foi a condenação de Paulo Cafôfo por se ter deixado próximo de um DTT e agora Pedro Calado tem dois elementos do mesmo DDT na sua equipa. Há aqui dualidade de critérios. Maldade. Sonsos.

A corrupção gera um ciclo vicioso de dependências que por sua vez gera uma distribuição desigual de poder na sociedade e, consequentemente, leva a uma distribuição desigual de riqueza e oportunidades. O problema está no facto muitos sonharem em participar e lucrar na corrupção, mas nada mais fazem do que dar 4 anos de poder e ficar apeados. O Estado não aguenta isto, bastaria não haver dinheiro de fora para colapsar.

Esta dinâmica do ciclo da corrupção autoalimenta-se, renova-se e até se tem saudosismo dos piores. Estou a me lembrar de um triste do futebol a apelar pelo regresso do Lapsus Linguae, o que usou e abusou de um clube de futebol. Agora julgam-no salvador. É o intermediário para mais dinheiro público a sustentar? Isto é em tudo igual ao que se passa na política... com o regresso do que nunca se reforma.

A corrupção é anti-natura e acaba prejudicando a confiança de muitos cidadãos na democracia, nos partidos e sobretudo nas instituições. O eleitor volta-se para líderes políticos que comprometem-se em quebrar o ciclo de corrupção ou que tudo prometem, contudo acabam aumentando o problema e não resolvê-lo, e não resolvendo, a tensão produzida pelo descontentamento popular ou gera convulsão ou, como na Madeira, querem participar e ser cúmplices. Só sabemos que tarde ou cedo, tipo 6000 milhões escondidos que surgem do nada, voltará a haver um colapso. Pode haver engano, magia não.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 12 de Outubro de 2021
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