Votar em quem?


S e votar é um direito e um dever, a descrença nos políticos e consequentemente na política, leva os portugueses a alhear-se de participar na mesma e, pior de tudo, de votar. Não votar pode ser um ato de descrença, comodismo ou covardia, mas ninguém deve ser ostracizado pelo opção que toma porque a democracia é isso mesmo, ou seja o direito de votar é igual ao direito de não votar. Muitos defendem o princípio que aquele que não vota não tem direito à crítica aos que nos governam mas isso seria invalidar o direito do livre arbítrio. 

O problema é que a cada dia que passa, a qualidade dos políticos desce e basta ver a qualidade das listas candidatas a estas eleições Autárquicas para perceber que muitos foram escolhidos apenas para encher vagas que mais ninguém aceitou.

Mas, confiar no voto dos outros e não votar, pode abrir o precedente de sermos liderados por gente mal formada que roça o paupérrimo. Julgo que não é preciso dar nenhum exemplo, pois a qualidade dos políticos que temos só demonstra que não somos geridos pela causa pública mas sim por interesses pessoais.

Defendo que todos devem votar, em A ou B, Branco ou Nulo. Votar em A ou B é uma escolha, votar em Branco significa que nenhum dos candidatos o convenceu, e votar nulo é normalmente um sinal de revolta.

Um dos problemas de votar em branco, e não escolher nenhum dos candidatos, é que no método de Hondt, os Votos em Branco beneficiam os partidos maioritários, enquanto o voto nulo não conta para nenhum dos candidatos.

O outro problema de Votar em Branco é que pode dar azo a falcatruas eleitorais que não se pode provar, ou seja, alguém pode colocar posteriormente uma cruz no seu Voto em Branco e torna-lo num voto no partido A ou B. É por isso que sou um dos que defendo, que além da lista dos candidatos, devia existir no fim da lista a opção “Voto em Branco” que define uma intensão clara de não votar em ninguém e que complica a manipulação do voto a favor de A ou B. Como essa opção não existe, a solução mais segura de “Votar em branco” é colocar a cruzinha em todos os candidatos tornando o seu voto em voto nulo sendo mais difícil de reformular.

Mas a falsificação dos votos não se ficam por aqui. Há casos documentados de Mesas de Voto em freguesias em que não apareceu nenhum eleitor e que, um determinado partido, venceu com mais de 80% das preferências dos eleitores absentistas. Preencher um Caderno Eleitoral e votar é do mais fácil que existe.

Por isso, sou dos muitos que defendem o voto eletrónico num ecrã tátil ligado pela internet em tempo real a um computador que registe a data, hora e a impressão digital. Ou então, porque não, com o Cartão de Cidadão ou Telemóvel no conforto da sua casa? Será tudo isto delírios ou apenas Ficção Científica? 

Se o uso da tecnologia pode dar azo a outro tipo de falcatrua mais sofisticada, não é muito diferente do que neste momento se faz com os que votam acompanhados, sem saber muito bem o que ali estão a fazer.

Com tanto dinheiro no PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, até a data nenhum Partido se mostrou interessado em alterar um método de voto, com mais de 1000 anos. Porque será? Enquanto esperamos pela tecnologia, no dia 26 vá votar! Vote no pior ou no melhor, mas vote!

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 21 de Setembro de 2021
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