Pragas fora de controlo.

N ão sou mirmecólogo, entomólogo, biólogo ou qualquer coisa terminada em “ólogo”, sou um normal cidadão que, ao longo dos últimos anos, se apercebeu que a população de algumas das chamadas pragas têm aumentado significativamente na cidade do Funchal.

A primeira praga é a do nosso conhecido mosquito Eaedes Aegypti, alegadamente portador do flavivírus da Dengue. Vivo acima da cota 300 numa zona mais fria que até há pouco tempo estava imune à presença do mosquito. O que acontece é que na minha zona existe agora uma grande infestação de mosquitos, o que me leva a concluir que a população de mosquitos está a aumentar e a se expandir para zonas mais frias. Este tipo de mosquito coloca-se junto ao solo e o seu tamanho minúsculo não nos permite deteta-lo facilmente. A picada do mosquito é dolorosa em algumas pessoas, provocando prurido e comichão incontrolável. Já tentei de tudo, desde as famosas raquetes chinesas que eletrocutam o mosquito, a diversos inseticidas e a equipamentos que alegadamente afastam os mosquitos por ondas de ultrassons. Sinceramente nada parece funcionar. 

Se o mosquito é pequeno mas incómodo, outra praga bem maior e mais perigosa está também a aumentar no Funchal, falo das ratazanas. Embora o rato evite o ser humano, cada vez descubro mais ratos a passear alegremente no jardim e, quem sabe, já dentro de casa escondidos. Lá de vez em quando adquiro veneno na Cooperativa Agrícola mas já descobri que se, o controlo da população dos ratos por envenenamento não for concertado com os meus vizinhos, os ratos acabam por voltar.  

Alguns especialistas defendem que os ratos são hábeis em associar a causa e efeito, ou seja, a aprender a evitar o veneno que causou a morte de um dos seus, por isso os venenos normais acabam por não surtir efeito no controle das colónias de ratos.

Se os ratos estão a ficar incontroláveis, outra praga que se está a expandir rapidamente no Funchal é a simpática formiga. Esta formiga é muito mais pequena da outra espécie que conhecemos há muitos anos e que nunca nos incomodou. Li algures que a formiga é útil para o ecossistema, nomeadamente no que se refere ao controle de outras pragas e já verifiquei que a presença de formigas na minha laranjeira significa que esta está infestada de pulgões, um dos alimentos preferidos das formigas.

As formigas não me incomodam como animal, mas já constatei que, a cada dia que passa, as colónias aumentam exponencialmente e que como o seu alimento parece estar a escassear lá fora entram dentro de casa aos milhares, para não dizer aos milhões, à procura de comida. Agora deixar um pacote de manteiga, pão, ou restos de alimentos na cozinha dá origem a um festival de formigas incontrolável. Já experimentei as famosas gotas de gel que dizem que a formiga leva para o formigueiro e aniquila o resto da colónia, mas sinceramente deve ser mentira, porque até agora e, já no início do inverno, elas continuam bem ativas. Notei também que no jardim algumas espécies de insetos e alguns vermes, como a nossa conhecida minhoca, pura e simplesmente desapareceram. Se o Homem é um terrível predador, a formiga parece não ficar atrás.

Já gastei algumas centenas de euros em inseticidas e nada parece funcionar. Não sou apologista do extermínio de espécies, sejam elas quais forem, mas se as pragas começam a desequilibrar o ecossistema julgo que cabe ao Estado intervir ajudando os cidadãos a controlá-las. Apelo assim às autoridades, nomeadamente à Camara Municipal e Juntas de Freguesia que ajudem a população no controlo eficaz das pragas antes que estas se tornem um problema maior sem solução.

Obrigado pela publicação e pelo tempo despendido.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 29 de Setembro de 2021
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