A Lei do Silêncio

 

Quando tantos se queixam do ruído afinal há Lei do Silêncio.

T olentino Nóbrega e Vicente Jorge Silva foram os últimos jornalistas da Madeira e, estejam onde estiverem, devem estar a pensar se tudo aquilo porque lutaram valeu a pena. Durante o regime de Alberto João Jardim, os jornalistas pululavam os jornais e as televisões combatendo aquele que lhes chamava nomes às mães. Era uma luta desigual de críticas e de opiniões entre o poder político e aqueles que livremente exponham as suas opiniões de análise coerente.

Depois de Jardim apareceu o delfim Miguel Albuquerque, com o seu discurso renovado e apaziguador a favor da livre opinião. Em resultado da pretensa democratização da imprensa, os jornalistas pura e simplesmente desapareceram. Afinal, o inimigo era Alberto João Jardim mas, Miguel Albuquerque venceu e conseguiu com os seus olhos azuis calar os jornais!

Do JM nem vale a pena falar, mas o Diário vale um pequeno esforço. Os mais atentos já repararam que os títulos das últimas primeiras páginas de setembro são um atentado à manipulação das verdades. O conteúdo é verdadeiro mas a crítica jornalística é propositadamente omissa para agradar a quem lhes paga o ordenado.

Setembro trouxe-nos as eleições e, um Governo que governa agora apenas para as eleições autárquicas, publicitando as boas notícias que estavam guardadas há muitos meses e escondendo as más. E de repente parece que estamos no céu, em que não morre ninguém, ninguém está doente, ninguém tem fome, ninguém é corrupto e, na falta de melhor, enche-se as páginas dos jornais de promessas tontas.

A continuar assim, são os próprios jornalistas que vão matar o jornalismo porque com as tecnologias atuais e, no limite do bom senso, as notícias vão ser emitidas de uma Central de Informação, enviadas e publicadas automaticamente, sem a necessária assinatura do jornalista.

Neste cenário dantesco, valha-nos as malditas redes sociais onde os inúmeros anónimos digitam por detrás de um teclado o que lhes vai na alma. O poder perdeu o controlo do que sai para o público e, como retaliação, até criou leis para amedrontar os espíritos livres. Não resultou!

Nos últimos dias desapareceu mais um turista, outra foi espancada e alegadamente violada, uma mulher foi espancada pelo namorado e não fossem as redes sociais ninguém sabia.

À margem dos jornais, os Blogs e as páginas eletrónicas independentes que ainda sobrevivem na internet - e vou enumerar apenas alguns - como o “Funchal Notícias, o “Fénix do Atlântico”, o “MadeiraPonto”, o “Gnose” e até o irreverente “Pravda Ilhéu”, são alguns exemplos do inconformismo de alguns.

Mais vale viver de pé e pobre do que como um vulgar verme. 

Obrigado Correio da Madeira!

Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 5 de Setembro de 2021
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