É tradição na Madeira, por culpa do PSD, a ausência de qualquer sentido de responsabilidade em cargos públicos no momento de uma ilegalidade, crime ou acidente/ desastre por incúria, que faça alguém se demitir assumindo as culpas políticas porque, o que é da Justiça à Justiça. Assim nasceu a ideia de impunidade com as décadas de Jardim, assimilada e sempre actual pelos seus descendentes que vão muito além do PSD, a oposição também aprendeu. Instituiu-se uma vergonha maior, a de ser tonto em se demitir porque o povo cala, consente e esquece. O poder verga e a necessidade trará a condescendência e a tolerância, que por sua vez instituem o silêncio e o medo. Por outro lado, o tempo exerce a sua capacidade de borrar da memória.
Não se conhece império eterno nem regras do Universo que caduquem com a actualização do conhecimento por parte do homem. Cada tempo é um tempo e isso representa a evolução em consciência.
O caldo ferve e vai entornando e, em vez de se baixar o lume, cada vez há mais ingredientes com lume forte. O povo está saturado, os políticos manobram, trazem desunião para reinar, usam miras, usam centristas, usam necessitados e fraca carne que se vende, usam jornalistas e usam extremistas. O perdão e o esquecimento não existem e quando se é mesmo pobre de não ter nada está claro que não há nada a perder e perdido a vela, perdido a ventos.
Rui Barreto mentiu antes das Regionais dizendo que não havia acordo pré-eleitoral com o PSD-M, quando já andavam visivelmente amantizados pelos corredores da Assembleia Regional. Cada um fazia o seu papel para enganar o povo, porque agora já não se conquista o eleitorado, mente-se. E neste caldinho não pode falhar a lembrança de outro condimento, os lóbis aos quais o CDS se vendeu e que lhe cobram todos os dias. Os partidos brigam pelos lóbis como se fossem votos, o CDS deu guarida na Economia a Cristina Pedra, convidada e teórica do Partido Socialista e candidata da Lista de Calado.
Neste itinerário da luxúria e pecados do CDS Madeira não poderia faltar a gula dos tachos, a sofreguidão pior do que o PSD-M, o embevecimento pelo poder capaz de manobrar tudo para empregar todos os chulos que estão aqui para se governar e não para atender o povo.
Chegamos a um momento em que Rui Barreto deve estar a perceber que a receita antiga não está a resultar, o tempo nada corrige, antes agrava. As mais diversas análises que vão saindo matam a sua tentativa de branqueamento e as contradições cimentam a única solução, a demissão.
O CDS cometeu o erro e o deslize que muitos eleitores aguardavam para executar a sentença na primeira oportunidade, ensinar ao CDS que a democracia ainda encontra formas de sacudir de si toda esta classe de maus políticos que infestam, sugam e matam o futuro da Madeira.
Rui Barreto, xeque-mate, demita-se. Não há outra solução. Se não se demitir do Governo Regional e da Presidência do partido que lidera, vai extinguir o CDS na Madeira. A malta não está para esquecer e o clima está cada vez pior. Até os seus amigos de coligação estão a adorar a lenta torrefacção, vão ficar com a minúscula parte do CDS num ápice, para quê uma cópia ainda mais ruim do PSD?
HONRE ABRIL! JÁ PARECE SALAZAR.
MAS VAI CAIR DA CADEIRA.