Madeira quer Ivo Rosa na Comarca do Funchal


O s jornalistas idóneos do Correio da Madeira estavam a beber uma Coral enquanto ouviam os primeiros 10 minutos do Juiz de Instrução da Operação Marquês quando o telefone tocou. Do outro lado da linha estava o habitual bufo anónimo já com indícios de calvície da Rua dos Netos a dar conta de que a Madeira tinha avançado com uma Petição Pública para que Ivo Rosa fosse destacado para a Comarca do Funchal.

A notícia era bombástica pelo facto do Juiz, a par de Cristiano Ronaldo, ser outro herói madeirense reconhecido internacionalmente pelo Mário Gouveia. Além disso, pelo sarcasmo que se reconhece ao juiz até daria um bom escrivão para o Correio da Madeira.

Sem perder tempo saltaram todos para a trotineta elétrica e foram para a Rua dos Netos para conseguir saber mais pormenores da Petição Pública que estava a decorrer. Estacionaram a trotineta no famoso espaço “Kiss and Ride” da Câmara Municipal do Funchal e subiram a 31 de janeiro disfarçados com uma máscara cirúrgica e t-shirts cor de laranja para conseguirem entrar no mausoléu laranja sem serem reconhecidos.

O truque das T-shirt resultou e depois de terem feito a habitual saudação nazi ao bronco gordo que estava na porta subiram a escada com paredes em tom bordeaux, luzes negras com strobes à mistura, fumos de palco e cheiro a perfume barato. O Lúcifer ia se sentir em casa.

Lá dentro, onde também se ouvia o Juiz madeirense, ocorria um sentimento de revolta e exaltação muito perto de uma orgia frenética. Por um lado a revolta pelo facto de José Sócrates se estar a safar das acusações de corrupção, pelo outro um sentimento de exaltação pelo facto do Juiz estar constantemente a chamar de burro ao Juiz Carlos Alexandre e ao Ministério Público.

Quando o Juiz anunciou que as escutas telefónicas eram inválidas porque o Ministério Público não foi devidamente autorizado por um Juiz, um dos laranjas presentes ligado ao GES exclamou que também estava safo.

E durante 3 horas, por cada anúncio de não pronunciamento ou de prescrição de crime, os laranjas gritavam num misto de revolta por José Sócrates se ter safado e de orgulho pela inteligência superior do Juiz madeirense, gozando sempre que o Procurador Rosário Teixeira aparecia com cara de trombas nos ecrãs da TV.

Enquanto os serviços fotocopiavam assinaturas para a Petição Pública, que seria enviada para à Procuradoria-Geral da Republica, o sentimento geral que transpirava nos juristas laranjas é de que o famoso Juiz madeirense deveria ser destacado para a Comarca do Funchal para instruir todos os processos de corrupção, porque se as coisas corressem mal, o pior que podia acontecer a Miguel Albuquerque era apanhar 60 dias de multa por alegados maus tratos à Sissi.