A política

 

A crise de valores e ética que se vive na atualidade política portuguesa já não é uma crise política de partidos, é mais do que isso. É uma teia em que uma grande parte detentora de poderes de decisão mantém o seu interesse pessoal acima do coletivo ou do comum cidadão. 

É devido à teia que se criou à volta de grandes grupos económicos e amizades políticas que chegamos ao ponto em que estamos. É devido ao compadrio que existe no exercício de cargos públicos, não interessando se o amigo é jardineiro há 17 anos, para torná-lo secretário da Secretaria Regional da Manicure.

Até certo ponto é mais do que óbvio que o núcleo de um partido / governo é feito de relações, umas mais antigas e outras mais recentes. É normal as pessoas se conhecerem desde os tempos de escola, desde as juventudes partidárias, da noite, da praia, de tudo.

O que não pode ser normal é o facilitismo com que as portas por vezes se abrem a pessoas em função desta via e não das suas valências, capacidades, inovação e conhecimento que poderiam trazer a tais funções.

A simples conclusão que se chega é que, qualquer que seja o partido, da esquerda à direita, de cima a baixo, quem irá rondar o poder garantidamente serão os compinchas deles caso assumam a liderança, tenham ou não capacidades para tal. É um ciclo em que mudam-se os intervenientes. Por cá e com esta geringonça regional nem os intervenientes se mudou, trouxeram foi mais para comer do mesmo tacho.

A impunidade com que a classe política conta e age é pornográfica. 

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Sexta-feira, 9 de Abril de 2021 20:43
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