O covil do Atlântico

 

I sto é como nos matrimónios, quem tem algo para dizer já disse, agora calem-se para sempre por determinação da Justiça. A mulher que enchia a sala do antigo cine-casino, nada mais apropriado porque era casino num grande filme, com uma oratória a metro de ensinamento brasileiro que, para dizer uma frase gasta meia hora em rodriguinhos, ficou caladinha e apoiada pelo advogado do poder. Safou-se.

Quase na mesma semana temos a absolvição das "pescas", num assunto discutível, e da Rainha das Pirâmides, num assunto com barbas. Quem inventar coisas que não foram provadas em inquérito criminal mais depressa é condenado por difamação do que a "piramideira". Fica a mesma sensação dos Inquéritos Parlamentares com aquele advogado dos telemóveis. Caminho livre para que as pirâmides sejam coisa quase de modelo chinês, o mesmo negócio multinível duas leituras diferentes. A dos Tribunais dos EUA e Brasil no novo mundo e de Portugal. Estamos a cimentar na região a ideia de impunidade, vai atrair "bons" investidores. Com esta crise, já marchava mais uma pirâmide para salvar o pessoal já que o governo do Albuquerque só se apresenta com apoios de empréstimo, o multinível pelo menos é dinheiro na conta em numerário.

É uma pena que não se vá averiguar o aluguer de cofres bancários e não depósitos bancários, do assalto à habitação, aos sinais exteriores de riqueza, como aluguer de aviões para compor a imagem de negócio de sucesso, etc. Bastou se suportarem nos próprios interessados no silêncio para concretizar o que "a máfia no bom sentido deseja", coadjuvados por advogado emissário do regime para salvar a mulher que pode atingir o coração do poder, dos empresários do regime, das figuras públicas e das próprias instituições do Estado. Assim e de facto, uma mulher que por aí anda se fazendo de louca nos TikToks, como tantos outros na nossa praça já fizeram sem redes sociais, só se podem safar de acusações com as técnicas que fizeram escola.

A Justiça é quiçá o único serviço público que trabalha bem para o pobre e agrada o rico. Já fomos quase tudo do Atlântico mas ainda ninguém chamou a ilha da impunidade o Covil do Atlântico. Onde o crime torna os decentes culpados e silenciados. Jaulas só para Douradas, o peixe graúdo nasce à força de ração especial e antibióticos para sua defesa.

Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 1 de Fevereiro de 2021 09:12
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