O polvo toca bateria
A qualidade dos jornais na região está a decair após a aquisição pelos DDT e a razão é simples, profusa intenção de fornecer à população um pensamento único que leve ao endeusamento de todos os actores do Governo Regional. Quando a governação é péssima, a facturação exige que se elejam com frequência protagonistas. Quanto mais incompetentes mais títulos recebem para melhorar a imagem pública.
Cada vez mais bajuladores tornam-se opinadores nos matutinos, para mostrar a sua lealdade à raça ariana do Povo Superior ou dizer simplesmente que estão vivos para um tachinho. Alguns políticos com cargos públicos de relevância, tornaram-se paralelamente "jornalistas", para informarem bem de acordo com o poder. Já desprezam jornalistas a pataco que não têm experiência para manipular as massas. Outros são uns sonsos que surfam a oportunidade de escrever publicamente, à espera do momento certo para dar o golpe que lhes dê uma boa condição de vida. Quando ocorrer, valerá a pena cair a máscara porque pessoalmente serão de sucesso.
Não há um pingo de jornalismo de investigação na mouche, nem pode haver, tudo é acessório, ao lado, existe muito trabalho mas de entretenimento junto de um povo dado a isso, já de si farinha do mesmo saco. Prefere mostrar os azeites com o Marítimo do que se indignar pelo estado em que a economia da Madeira chegou, sem apoios locais sonhando com a bazuca que será para os DDT ... até com empresa novas feitas para a área onde dá dinheiro. Os políticos/governantes esfregam as mãos de contentes, adoram pobres necessitados, dão-lhes uma migalha e eles tornam-se obedientes, fieis a zelar pela pobreza de honra, enquanto eles levam a fatia de leão. Quer dizer, da forma descarada como isto vai já é um jardim zoológico. Alguns, por migalhas, dão a sua presença em actos sorridentes que a empresa de comunicação capta para engrandecer o líder, em tudo igual à Coreia do Norte. O líder visita empresas "estatais".
É de tremenda lata verificar que, enquanto uns agoniam, outros digam que pediram um milhão de empréstimo e seja notícia, que liderem por apoios a fundo perdido e façam campanhas por já disseram de quanto precisam. Lá estão eles, apesar de sempre terem crescido à sombra do regime e são dos maiores beneficiários do mesmo. Nunca enfrentaram sequer concorrência na vida e o verdadeiro proprietário nunca se manifesta, para que o povo não note quem serão os primeiros a levar a "vacina da bazuca". Os mesmos de sempre.
Enquanto houver um pipeline de rendimentos encapotados do Governo Regional, os dois jornais serão orgulhosamente de sucesso e a trabalhar muito mas em paralelo com a sua missão de informar. Quem olha para os matutinos, dá pena ver jornalistas que ainda têm decência a vaguear como nas ditaduras, e a transmitir alguma verdade, de forma pouco clara e que uma população com pouca capacidade de interpretação não alcança.
Cada vez mais passamos dias a folhear sem parar, só as pechas de incompetentes, que geram notícias contraditórias ou talvez propositadas, é que fazem as delícias das redes sociais. Quando alguém acerta em cheio e periga são mais uma vez Fake News. O que impressiona é verificar que a raiva activa-se com pouca coisa no regime, o grau de impunidade é elevadíssimo perante as monstruosidades que a cleptocracia anda a concretizar e a urdir. O seu humor é cada vez mais de ditadores.
Só temos mesmo as redes sociais e um ou outro site livre. Onde chegamos! Acredito que de fora da Madeira sabem mais sobre o verdadeiro estado da região do que os próprios madeirenses que, por reacções lógicas, afasta o dinheiro do gamanço, depois o poder regional transforma-o como uma agressão contra a Madeira. Tudo isto vai acabar muito mal, de fora, quem tem o dinheiro, aguarda que uma luz se faça nos madeirenses e que resolvam democraticamente a situação. A única via é os madeirenses limparem a "sujidade", caso contrário, o corte de verbas vai aumentar para matar o gamanço.
