Covid-19: acabe-se a semântica e implemente-se o pragmatismo

 

M ais 110 novos casos de Covid-19 na Madeira que que perfazem o acumulado de 876 contágios activos. Dezaseis mortes, duas no mesmo dia, ontem. Também já tivemos a primeira mãe a dar  à luz com Covid-19 e não há histéricos para fechar o aeroporto. Não há Pedro Ramos com as suas historietas em directo, justo agora porque politicamente recomenda-se fuga à comunicação social. Só de pensar como foi a primeira vaga, a evitar a comunicação de que havia um infectado ou um morto por Covid para o regabofe que vai agora ... Até vão a festas legais, com dezenas ou centenas, como que a meter a cruz sobre o quadrado. Muitos já fizeram as suas apostas da santa casa, agora é ver o que sai no sorteio.

Oficialmente, ninguém abre a boca às elites que não respeitam mas também a um governo que não acata. A ARAE cada vez que fala das suas acções cai no ridículo. Tudo na sequência de um Lobo Marinho que nunca foi metido na ordem e laborou em pura sorte, porque em meio marítimo monopolista é o passageiro que tem culpa de tudo e deve seguir as regras. Criar a oportunidade para sacar dinheiro em DDT's não é propagação. Como é que o homem dos banquetes, da imunidade e da impunidade nunca imitou a semântica do seu sócio? Em vésperas de vai-não-vai para estaleiro, eis que o Lobo finalmente infecta o Porto Santo, por culpa dos foliões ... evidentemente. E a tripulação? Dá tempo para sanar em mês e meio ...

O ser humano adapta-se, afinal o Costa tinha razão para pedir calma ao histérico do Albuquerque na primeira vaga. Deitam-lhe tantas culpas mas gostaria de ver o presidente de alguns no lugar de Costa, a barraca que não dava! Teríamos sempre um vendido ou desejando de se vender para explorar a mais ínfima treta para o homem não perder a razão nas redes sociais. Andam a assobiar quando está mau como nunca e, as festas, ainda por dar fruto. Outros também assobiam mas por manifesto bom senso, sabem que a Covid cresce e não se fica por aqui mas, não falam para os insensíveis, os tais incapazes de colaborar respeitando as regras mas muito sensíveis até para um simples olhar condenatório. É a proeza humana da dualidade de critérios. A Covid-19 ri-se, todo o deslize serve para a sua croquete.

Ainda há pessoas por domesticar, os negacionistas, os que acreditam que a Covid foi feita para os outros e os teóricos da conspiração, são casos perdidos, no entanto, outros são uns mimados que nunca cresceram e a Covid aguarda por ali a oportunidade para implementar a terceira vaga, as escolas.

Nos estabelecimentos de ensino está tudo errado mas, o líder que sabe perseguir gente decente, não sabe fazê-lo com a Covid. A abertura por concelhos dos menos mal, confinando contudo os outros que estão péssimos, parece uma estratégia para igualar no péssimo. Dá-se oportunidade a que a Covid cresça onde falta crescer, em vez de cortar tudo pela raiz. Somos tão exclusivos e politicamente complicadinhos que não admitimos sequer olhar para a experiência dos outros, queremos fazer o nosso caminho errante.

Quem não deve estar nada de acordo são os profissionais de saúde, até os mais políticos que tentam conciliar o crescimento da Covid com as criaturinhas do GR. A ideia de testagem não é pragmática como fechar todas as escolas, porque dá tempo para todos ficarem ruins. A ideia peregrina de continuar a culpar professores e auxiliares da propagação da Covid através da testagem nas escolas é de rir. Pressupõe que os alunos que façam a mesma vida "desordeira" dos professores, como viagens, festas e maus hábitos, gozam da protecção divina da Nossa Senhora do Monte, o problema é a árvore que levou uma "floresta".

Somos mestres da semântica adaptada ao interesse de cada um. Passou a euforia de alguns com as vacinas "residuais", temporalmente tão ineficazes como a testagem nas escolas, surgiu o esclarecimento ... quem fica imunizado tem que usar máscara porque infecta os outros. A Covid parece o queijo que estica mas não parte numa fatia de pizza. Quanto mais leviano for o governo, de desobedecer às suas próprias ordens, criando uma população de filhos e enteados ou da força bruta paralelamente às excepções, mais durará a Covid na região arrastando para a morte todo tecido empresarial. É preciso determinação e pragmatismo. Não se vê, tudo é tratado politicamente e a Covid não respeita nada.

E se a Associação de Municípios implementar uma estratégia de prevenção, com os poderes que as autarquias possuem, e deixar a cura para os serviços regionalizados de Saúde? O problema está muito mais em saber evitar o contágio e o poder local, usando a sua proximidade, pode envergonhar o Governo Regional. Seria uma forma de chamar este governo de incompetente.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 5 de Janeiro de 2021
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