As Presidenciais no ridículo e em mais um precedente de excepção para a regra

 

H oje é dia de eleições presidenciais espartilhados entre o dever e a pandemia. Soubemos pela Comissão Nacional de Eleições que votar é menos perigoso do que ir aos supermercados, os mesmos fulminados por culpa pelo nosso Presidente autonómico, apetece relembrar o slogan "Natal todos os dias", se é tão bom, façamos Presidenciais todos os dias até que o vírus seja controlado ou então, vamos para o supermercado como quem passeia o cão ou tem a sua caminhada higiénica.

A política hoje dá razão ao Avelino da AFA, os interesses pessoais dos poderosos estão acima das realidades, da pandemia, nada os pode parar, nenhum deles pode perder qualquer naco de poder ou riqueza, os outros sim. No caso das Presidenciais está lavrado na lei. Hoje as eleições são uma carrinha de funcionários do magnata do betão e dono do governo na primeira vaga, é um Savoy do mesmo na passagem de ano na segunda vaga, quem for a ver são sempre os mesmos com salvo-conduto para prevaricar.

Hoje, dá-se argumentos aos que têm sido acusados de usar as excepções, para criar "regras" que os façam não obedecer ao imposto por confinamento e de recolher obrigatório. Hoje é como a rábula de Raúl Solnado, paremos a guerra que é Natal e troquemos de presentes com o inimigo. Hoje a CNE é um indivíduo na rua com trela mas sem cão, um apreciador de poncha em pé até com direito a um cubículo para colocar uma cruz, como se estivesse num quadrado

Ao fim do dia, em vez de um escrutínio teremos um pró-forma, a oficialização de um vencedor, com as pessoas mais interessada em verificar quem é segundo ou terceiro, quem vence entre a extrema-direita e a esquerda para analisar a grande sondagem do pulsar do país.

Ao fim de contas, a democracia é ineficaz para combater a pandemia porque o direito à liberdade não é interpretado com responsabilidade, unicamente com o puro egoísmo do EU em primeiro lugar, por larga maioria. A democracia continua a ser a melhor resposta, seus actores é que têm de melhorar e muito.

Valha-nos serem Presidenciais, com o partido local dominante alheado, caso contrário seria um dia de carrinhas cá e lá infernal, com a mistura de todas as famílias levadas para o voto e os lares não sossegavam. Hoje ninguém fala de transportes públicos como o maior propagador de vírus e que ridiculariza os cuidados noutros sítios, de que serve se cuidar para depois, inevitavelmente, nos metermos na boca do lobo?

Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 24 de Janeiro de 2021 10:27
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