O último navio que feche o porto

 

B om dia natalício, espero que estejam a redescobrir outro Natal mais real e familiar, havia alguns que andavam de igreja em igreja com amigos, pela borga, e não faziam Natal em casa ...

Ontem, a nossa única esperança de ter um navio de cruzeiros no fim do ano esfumou-se, passamos de um ano para outro do recorde máximo para o nulo, quem no futuro analisar historicamente os números vai tropeçar neste caso e se indagar sobre o que se passou. Dirão pandemia e não incompetência. O que não lemos na história que "não é bem assim" ...

Fica este meu registo quando penso que o suporte de papel, mesmo com limitações, parece ser mais duradouro que o digital, estou curioso com as pesquisas históricas futuras com base no digital, serão na nuvem, teremos um arquivo de discos obsoletos? Dá que pensar quando cada vez mais se escreve e tira fotos.

Mas voltando aos navios, ontem a RTP-M informou-nos da desistência do último resistente da AIDA na nossa passagem de ano. Justificaram com as limitações Covid nas Canárias, o que é tão verdade como as mesmas trataram de um itinerário em segurança para eles e que a passagem de ano na Madeira era só um "força maior", ficando os navios por ventura na baía, sem qualquer contacto com a nossa terra ou a derramar algum valor. Pensando bem, agora sim os detractores dos cruzeiros ganharam razão mas nem esse gostinho os cruzeiros quiseram dar e não compareceram.

Na noite de 31 de Dezembro, todo um povo à espera do espectáculo pirotécnico vai pensar nos navios que não estão porque são elemento importante do fogo da passagem de ano, atribui-lhe grandeza para imagens promocionais. Mingaremos.

Daqui se retira a ilação de que nada que não seja partilhado poderá ter um reconhecimento de grandeza ou ser divulgado como sucesso, a não ser pelo próprios interessados, o que perde valor de comunicação, sobretudo se não tiver estrangeiros, forasteiros, turistas ...

As duas últimas ideias em parágrafo transporta-nos para outra realidade. A Madeira que faz poucos ricos e muitos pobres, que grandeza tem nos sucessivos governos se nunca conseguiu, após décadas de hegemonia do mesmo, criar uma sociedade homogénea, justa e capaz, pelo esforço do trabalho e do mérito, para serem justa e financeiramente compensados e se constituírem famílias mais robustas para enfrentar a pandemia? O egoísmo e avareza, neste caso, prova como um Povo Superior não passa de insignificante porque não atingiu o principal motivo para o qual é eleito? Zelar pelo povo eleitor.  E voltamos aos cruzeiros, semearam incompetência e do que esperavam neste momento de exigência, justificar a entrega do porto a um privado? Outra vez o de sempre?

O cancelamento do último cruzeiro para a Passagem de Ano foi dada em jeito de desculpa, como privação imposta por Canárias devido aos vírus quando de facto fomos incompetentes não só em atrair aquele como outros que aguardam em portos pelo arranque definitivo da indústria. Ou seja, poderíamos ter o porto permanentemente cheio ao longo de meses, mas quem teve inteligência foi Canárias e ficaram muito bem vistos, porque lutaram para vencer contrariedades, nós fechamo-nos sempre sobre os mesmos intelectos esgotados e tóxicos.

Fica nova lição, sobre os cruzeiros também se atribuíram culpas, no passado, para justificar outras escolhas e obras privadas e agressivas ao interesse de um porto. Tal como todos os outros, cansaram-se de nós. O presente deste ano no sapatinho do governo terá sido humildade?

Quando somos postos à prova, em concorrência e competição, vemos decisões próprias de redoma, estufa ou monopólio caduco, do poder pelo poder, do quero mando e posso, sem ouvir outros mais categorizados na matéria. Aqui disfarçar com conversa foi impossível, o GR não inventa navios de cruzeiro quando também não consegue um ferry, para o continente ou dentro de dias para o Porto Santo. Mas também em abono da verdade, organizações do tipo Clube de Entusiastas de Navios estiveram calados, como em tantas outras áreas, silenciados por benesses do poder, fazendo a vez com imagens passadas. Paula Cabaço e Pedro Calado, seu usurpador de tempos de antena, ... não falaram. Tudo foi omisso.

Esta é a minha opinião, há muitas, tal como para o JM a noite do mercado foi um fiasco porque foi às tascas e bom para a RTP-M que foi aos vendedores de fruta.

As you wish ....

Um bom Natal a todos.


Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 25 de Dezembro de 2020 10:07
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