A prodigiosa discussão do Orçamento 2021

 

Orçamento 2021
direcionado para a gestão de receita externa: subsídios, subvenções, ajudas, etc… 

N ão existe interesse, muito mesmo espaço, para a otimização estratégica dos nosso recursos internos e de como os potenciar no sentido de elevarmos a produção própria, diversificarmos atividades com valor transacionável e com isso reduzirmos as nossas dependências e suscetibilidades como região.

Tal constatação, enfatiza a falta de maturidade da nossa autonomia politica. 40 anos depois já deveríamos “ter mão” e palavra a dizer sobre o nosso futuro e como o gerir. 

As ações de boa governança dever-se-iam orientar para a diminuição das nossas dependências do exterior e das políticas orientadas à manutenção e enriquecimento de lobby´s económicos. Estes, descarada e perversamente gestores de uma “rede de domínios” procuram a manutenção dos seus interesses empresariais “bem alimentados”

Tem prevalecido a “montagem” de enredos e narrativas de forma a alocar mais milhões para aqui, mais milhões para ali, quando, e por tudo o que se viu na discussão deste orçamento, poderia estar dirigido ao verdadeiro crescimento e diversificação económica da região. 

Os interesses do Povo e da Madeira autonómica não podem estar reféns, de nada, nem de ninguém.

Foi observável essa consciência, raciocínio e preocupação por parte de algum membro do governo? Ou do seu grupo parlamentar?

É óbvia a diferença desta oposição parlamentar. Mais produtiva e repleta de propostas maduras, coerentes e muita vontade em debater. Amadureceu positivamente. E assim amadurecemos todos como Cidadãos e como Região Autónoma. Começamos, finalmente a dominar o nosso destino como Povo e como sociedade democrática moderna.

Qual longo foi o percurso para assistirmos e constatarmos trabalho de reflexão técnica, de aprofundamento das macros e micro questões e dos desafios estratégicos? Verificou-se frontalidade no levantamento das questões pertinentes e serias do orçamento proposto e não uma briga “à pedrada” ou uma “a pilhagem”  de semi-argumentos e insultos. 

A discussão do orçamento 2021 desenvolveu-se num cenário parlamentar equivalente a uma democracia madura e moderna. Abdicada a linguagem insultuosa esta realçou a pose parlamentar digna e esteticamente respeitável (exceto a pauta de insultos de alguns rufias laranja).

Desafiar o todo-poderoso Governo e os seus lobby´s de sustento ao verdadeiro debate, desafiando-os de razões, de opções e de fundamentos, afirmou positivamente a atual oposição parlamentar, quer pela sua pertinência politica quer pela sua estética organizacional. 

Uma oposição dotada de recursos humanos e de “inteligência” de grupo já nos era devida.


Para o rodapé do artigo fica o seguinte:

Rafael Nunes (JPP): Aplauso generalizado e verificável desde as “opiniões dos cafés” até aos conteúdos das redes sociais. Maduro na postura e na articulação das suas propostas e intervenções. Evidência de muito trabalho. O povo agradece.

Élvio Sousa (JPP): O “peso” da sua idoneidade e honestidade cresce e floresce sem reservas ou medos nas grandes questões políticas da região. Sem um único recuo perante o “poderoso” Ali Baba dos transportes e outros tantos “Power Players” 

Um dia alguém irá preso …! Não tenha dúvidas disso .

Ricardo Lume (PCP): dogmático q.b. Sempre coerente com a sua interpretação do real. É um parlamentar sério. Acima de tudo não se atira as goelas dos outros partidos da oposição, não pratica as antigas estratégias de aniquilação em círculo, seja a Oposição vs. Oposição. Ricardo Lume produz e articula a sua diferença de forma dialética e respeitadora. 

Paulo Cafofo (PS): Afirmou a sua consciência política e das responsabilidades do seu partido. A posição de abstenção, custa a “engolir” mas compreende-se bem. Quase que não poderia ser outra.

Victor Freitas (PS): A sua conspícua experiência potencia o seu sentido observador e critico. Sempre assertivo e oportuno…

Sílvia Sousa (PS): “finalmente” alta qualidade na defesa do sector primário, qual secretária sombra do “ministro” José Vasconcelos 

Elisa Seixas (PS): Indubitável referência humanista nas questões “menores” das prioridades dos orçamentos desta terra autónoma. Surpreendente resistência as tentativas de derrube pelos “jagunços” habituais da bancada dos que defendem o indefensável. 

Miguel Iglésias (PS): Surpreendente posição em relação aos lobby´s dominantes. Sem medos e com frontalidade à vista e documentada, assumiu, na sua pessoa e mérito, o maior desafio politico e técnico da nossa região e da sua governabilidade; A oposição ao poder dos lobby´s económicos sobre o governo. Pronunciar-se sobre a OPM sobre a construtora AFA e sobre o grupo Pestana é ato de coragem pessoal e política, assinalável. 

Impagável observar a expressão do presidente em “exercício” Calado. Como aquele rostinho ficou pasmado e aturdido ao apontarem-lhe, em riste, o dedo. Julgava-se acima de qualquer adjetivo … 

Pois! Julgava-se…

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Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 26 de Dezembro de 2020 02:01
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